15/08/2015

Doping no atletismo: denúncia coloca testes e milhares de medalhistas sob suspeita

Esqueça Lance Armstrong, Ben Johnson, Carl Lewis ou Marion Jones. Um novo caso envolvendo o uso de substâncias proibidas tem poder de ofuscar tudo que já se ouviu falar sobre doping.
Por enquanto, é apenas uma supeita. Mas, se confirmado, tem potencial para se tornar o maior escândalo da história e colocar um grande sinal de interrogação sobre as grandes conquistas do atletismo.
A TV alemã ARD e o jornal britânico “Sunday Times” publicaram reportagem em que dizem ter tido acesso a dados guardados pela Iaaf, a federação internacional de atletismo. Eles mostrariam 12 mil amostras de sangue de 5 mil competidores com evidências de doping.
A Wada (Agência Mundial Antidoping) disse estar muito alarmada com o conteúdo da reportagem.
O caso estourou três semanas antes do início do Mundial de Atletismo de Pequim, que começa em 22 de agosto. E coloca sob suspeita um terço dos medalhistas olímpicos e mundiais de 2001 a 2012.
A Iaaf diz que as denúncias são “sensacionalistas e confusas”. Afirma que as amostras de sangue não tiveram resultado positivo para doping e que os dados não eram secretos -foram analisados mais de quatro anos atrás e coletados antes antes da implementação do passaporte biológico (sistema em que o sangue do atleta é monitorado por longos períodos; se houver alteração, ele pode ser punido mesmo que não teste positivo para uma substIancia proibida).
Segundo a reportagem, russos e quenianos seriam os que mais trapacearam. Especialistas analisaram os dados dos testes sangue e relataram que 800 atletas, de provas que vão dos 800 m à maratona (42,125 km) apresentaram números muito suspeitos. A Rússia teria 80% de seus atletas medalhistas entre os possíveis dopados. O Quênia teria conquistado 18 pódios com ajuda de dopagem.
Os testes teriam mostrado uso de transfusão de sangue e EPO (que aumenta as células vermelhas do sangue).
Wada deve iniciar uma investigação do caso. Se as denúncias forem comprovadas, pode ser a ruína do atletismo como conhecemos hoje.
Mas mesmo que isso não aconteça, que sejam dados falsos, é uma boa chance para refletir sobre o controle de doping no esporte. Os testes estão sempre atrás da indústria de dopagem. Estamos encontrando hoje meios de detectar drogas usadas há anos. Quando se descobre como detectar uma substância, ela já não é mais a top entre os dopados ou sua utilização é tão bem planejada que é preciso contar só com a sorte para acertar o dia certo de um teste surpresa.
E, em posse de um resultado positivo, sempre pode haver um cartola interessado em não expor um atleta ou um esporte.
Coincidência ou não, a Iaaf anunciou no início da semana um novo potencial escândalo de uso de doping. A entidade fez re-análises de amostras guardadas dos Mundiais de 2005 e 2007. Encontrou 32 testes suspeitos, de 28 atletas que há foram suspenso preventivamente, mas não tiveram seus nomes revelados. Nenhum atleta estará no Mundial de Pequim, a maioria está aposentada.

fonte:http://esportefinal.cartacapital.com.br/atletismo-doping-mundial-olimpiada/
foto:http://www.rtp.pt/noticias/outras-modalidades/atletismo-portugues-nao-teme-denuncias-de-doping-no-mundo_d848920

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