16/03/2014

Pesquisadores brasileiros criam método inovador para tratar o câncer

Ter esperança é parte fundamental do tratamento contra o câncer. É exatamente esse sentimento que um novo método, desenvolvido na Universidade Federal Fluminense (UFF) faz:traz esperança para o tratamento do câncer no cérebro. Para quem anda um pouco desanimado com alguns fatos recentes da história do Brasil está notícia ajuda a mudar o estado de ânimo e recuperar o orgulho nacional.


A pesquisa pioneira e totalmente nacional sobre a eficácia do álcool perílico, extraído de frutas cítricas,  no tratamento de linhagens celulares de glioma, o câncer cerebral de alta malignidade, vem sendo desenvolvida há cerca de 20 anos pelos professores da UFF Thereza Quirico-Santos e Clovis Orlando da Fonseca. A partir de 2004, deram início a ensaios clínicos com resultados preliminares animadores.
No combate ao câncer de cérebro, o tratamento com o álcool conseguiu reduzir o tumor cerebral em três pacientes do laboratório da UFF de um total de 198. Além disso, 15% das pessoas em tratamento também tiveram o tempo de vida aumentado, em relação à estimativa inicial. A pesquisa só é feita com pacientes considerados terminais, em que os tratamentos tradicionais não tenham mais eficiência.
"Até o momento, 29 pacientes, ultrapassaram dois anos de sobrevida, estimada em quatro meses, sem efeitos colaterais", destacou o responsável pelo estudo, o professor e neurologista Clóvis Fonseca. Os pacientes começaram a se tratar em 2004 e a maioria fez a inalação por pelo menos seis anos
Apesar dos avanços da pesquisa, o álcool perílico ainda não substitui o tratamento convencional, com quimioterapia e remédios. Pesquisadores e médicos buscam, no entanto, dissolver os medicamentos na substância para facilitar a administração das drogas no futuro.
"O tratamento com álcool perílico, hoje, é adjuvante. Uma droga só atinge uma via [de proliferação da doença], é preciso inibir o máximo possível", disse Fonseca.
O álcool perílico vem sendo utilizado nos EUA por administração via oral, o que causa transtorno no metabolismo e efeitos adversos. Por isso, os cientistas brasileiros propõem administração via inalatória para que o acesso seja direto ao sistema nervoso, inibindo a proliferação de células tumorais, ativando o sistema imune e evitando a metabolização no fígado. O estudo sugere a administração do álcool perílico quatro vezes ao dia, longe das refeições, adequando o horário às atividades cotidianas e levando em consideração o ciclo celular.
Neste protocolo de utilização, é solicitado ao paciente que tenha uma dieta adequada de modo a repor os nutrientes que estão sendo consumidos pela proliferação do tumor. A pesquisa ainda tem por objetivo estabelecer protocolo para avaliação da progressão tumoral. Tal estratégia permite a diminuição da morbidade, reduz custos para o Sistema de Saúde e aumenta a sobrevida e integração do paciente.
O estudo chamou a atenção de pesquisadores da University of Southern California (USC) O médico americano Thomas Chen disse que os resultados apresentados por este método são muito melhores do que os de alguns tratamentos convencionais. Mas os pesquisadores esclarecem que a quimioterapia ainda é necessária. Por isso, o próximo passo da pesquisa é juntar no nebulizador o álcool perílico e os remédios da quimioterapia, que também passariam a ser inalados.  Atualmente, especialistas da USC são parceiros nos estudos desenvolvidos no Brasil.
Para se candidatar ao tratamento é preciso enviar um e-mail para abiliosg@vm.uff.br. Ou marcar uma uma consulta com o Dr. Clovis Orlado no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), no Rio de Janeiro. A consulta é gratuita e se o paciente for aceito no programa o álcool é enviado para iniciar o tratamento.


Saiba mais sobre o álcool perilico:







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