Cerca de um terço da população mundial, o
equivalente a 2,5 bilhões de pessoas, não tem acesso a serviços de saneamento
adequados e 1,1 bilhões de pessoas ainda são obrigadas a fazer suas
necessidades básicas ao ar livre, advertiu ontem (19/11) a ONU por
conta do Dia Mundial dos Banheiros.
"Temos que acabar com os tabus e fazer do saneamento para todos uma das
principais prioridades da agenda de desenvolvimento mundial", disse hoje o
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua primeira mensagem para comemorar
este dia.
Além disso, Ban advertiu que 800 mil crianças menores de cinco anos morrem a
cada ano de diarreia, "mais de uma por minuto".
"O saneamento é um tema central para a saúde humana e para o meio
ambiente. É essencial para o desenvolvimento sustentável", afirmou o
secretário-geral, que pediu sua inclusão na agenda de desenvolvimento que está
sendo negociada para 2015.
O Dia Mundial dos Banheiros é comemorado desde 2001 por parte de organizações
internacionais e da sociedade civil, mas até bem pouco tempo não tinha sido
reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
A Assembleia geral aprovou em 27 de julho deste ano uma resolução que marca o
dia 19 de novembro como o Dia Mundial dos Banheiros. Essa é uma nova tentativa
de conscientizar sobre a importância do acesso a serviços básicos de
saneamento.
A ONU calcula em cerca de 260 bilhões de
dólares anuais as perdas econômicas que provocam as más condições sanitárias e
a falta de água potável nos países em desenvolvimento.
Na América Latina, estima-se que mais de 100 mil pessoas vivam sem saneamento
adequado e sem um lugar para usar o banheiro. Por conta disso fazem suas necessidades
em campos, florestas e outros espaços abertos, ou recorrem a sacolas de
plástico que depois jogam nas estradas ou em rios.
"O saneamento fornecerá dignidade, igualdade, segurança e, em última
instância, acesso aos correspondentes direitos humanos", lembrou a ONU
Água, um mecanismo interinstitucional com o qual colaboram 28 agências e
membros das Nações Unidas.
A melhora do acesso ao saneamento básico é um dos oito Objetivos do Milênio que
menos avançou. Para 2015 é proposta a meta de se reduzir pela metade a
porcentagem de pessoas que carecem de acesso sustentável a água potável e a
serviços básicos de saneamento.
"Temos que redobrar com urgência nossos esforços e trabalhar todos juntos,
lado a lado, para obter resultados tangíveis rapidamente", acrescentou
Ban, que pediu um "diálogo aberto" para melhorar a saúde e o
bem-estar de um terço da humanidade.
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