A deficiência da vitamina D pode levar a uma série de
complicações de saúde, como raquitismo, osteoporose e até câncer. Mesmo assim,
estudos que analisam seu nível entre a população mundial são raros. Por causa
disso, pesquisadores da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, realizaram uma
revisão de 195 pesquisas conduzidas em mais de 168.000 voluntários em 44 países
ao redor do mundo. O resultado, publicado na revista British
Journal of Nutrition, mostra que mais de um terço desses estudos
detectou níveis insuficientes da vitamina na população local.
A principal fonte de vitamina D
é o Sol, mas ela também pode ser encontrada em alimentos como leite e ovos.
Baixos níveis da substância podem ter um impacto sério na saúde da população,
principalmente no desenvolvimento dos ossos e músculos. Em crianças, a
deficiência de vitamina D é uma das causas do raquitismo, enquanto que em
idosos ela está associada com a osteoporose e a um risco elevado de fraturas.
Evidências cada vez maiores apontam também para o aumento do risco de câncer e
doenças cardiovasculares.
Por isso, os pesquisadores
alemães analisaram uma série de estudos publicados ao redor do mundo sobre o
assunto. Cada um deles avaliava o nível de 25(OH)D — um produto do metabolismo
da vitamina D — no sangue da população local. As autoridades de saúde
consideram que pessoas com um nível abaixo dos 50 nanomoles por litro (nmol/L,
a medida mais comum para medir a concentração da substância no sangue) tem
algum tipo de deficiência no consumo da vitamina D. "Embora tenhamos encontrado
um alto grau de variabilidade entre os diversos relatórios sobre o consumo de
vitamina D, 37,3% deles relataram níveis insuficientes de 25(OH)D na
população", diz Kristina Hoffmann, pesquisadora da Universidade de
Heidelberg, na Alemanha.
Segundo o estudo, as faixas da
população que mais sofrem com a deficiência da vitamina são os recém-nascidos e
os idosos internados em asilos e hospitais. A região que teve os níveis mais
altos de vitamina D em todo mundo foi a América do Norte. Os pesquisadores conseguiram
encontrar poucos estudos sobre a América do Sul, o que não permitiu uma análise
realmente representativa da região.
A Fundação Internacional de
Osteoporose, que reúne pesquisadores e médicos da área, afirma que o estudo
deve servir como um incentivo para maiores investigações acerca do tema, bem
como para medidas de saúde pública que melhorem os níveis da vitamina nos
grupos de maior risco. "Dado o aumento global no número de idosos e o
aumento de quase quatro vezes nas fraturas de quadril desde 1990, as
autoridades de saúde pública devem analisar o impacto que esse nível inadequado
de vitamina D tem sobre os riscos de fratura e na saúde em geral de sua
população idosa, bem como das crianças e adolescentes”, diz Judy Stenmark,
diretora da fundação.
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