21/05/2012

Quebec proíbe manifestações e reprime estudantes que protestam contra custos universitários

Movimento estudantil classifica decisão como “ato de guerra”.



Em represália a três meses de protestos de estudantes indignados com elevação dos custos do ensino superior no Canadá, o governo da Província de Quebec aprovou uma lei emergencial que restringe a ação de movimentos políticos e ordena até mesmo o fechamento de algumas universidades.
A partir de agora, a polícia terá que ser informada sobre a organização de um protesto pelo menos oito horas antes do início das concentrações. Mais além, se uma manifestação conseguir reunir mais de 50 pessoas, o seu trajeto de sua passeata também terá que ser revelado às autoridades do estado.
Poucas horas após a aprovação da lei, milhares de manifestantes se dirigiram rumo ao centro de Montreal para condenar a legislação. Em entrevista ao jornal The Guardian, o estudante Felix Siry, de 22 anos, disse que "eles ligaram o plug na tomada em lugar de tentar algo construtivo por meio do diálogo”.
Até mesmo a cavalaria foi chamada para conter a multidão, que bradava “Nenhuma lei especial vai nos deter!”. Estudantes classificam a estratégia do Governo de Quebec como um “ato de Guerra”. Policiais reprimiram manifestantes com sprays de pimenta. Em represália, alguns estudantes arremessaram coquetéis Molotov contra oficiais. Um homem foi preso.
Até mesmo a cidade de Montreal decretou uma legislação que visa a coibir manifestações políticas. Agora, o cidadão que protestar usando máscaras ou encobrindo de alguma forma o rosto terá de arcar com multas que vão de 500 a três mil dólares. "Nossas cidades não podem mais ser alvos”, disse o prefeito de Montreal, Gerald Tremblay. "Já é hora de recuperar nossas ruas, vizinhanças e cidades”.
Michelle Courchesne, ministra da Educação, anunciou antes da votação da lei que independentemente dos resultados, o governo ainda assim permaneceria aberto para acordos com estudantes. Quebec é célebre no Canadá por ter as universidades com menor anuidade do país.

foto:pt.euronews.com

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