08/03/2012

Mulheres brasileiras são mais inovadoras


Brasil



Que as mulheres conquistaram mais espaço no meio empresarial ninguém duvida, mas elas superaram – e muito – os desafios também na criação de empresas e serviços inovadores. É o que mostra um levantamento produzido pela Endeavor, organização sem fins lucrativos que atua com o fomento do empreendedorismo de alto impacto.
O estudo da entidade, que compara homens e mulheres, mostra que eles têm mais dificuldade do que as mulheres na área de recursos humanos ou no processo produtivo. Já as mulheres que lideram empresas inovadoras e de alto crescimento têm mais facilidade para atrair e reter talentos, item considerado o maior entrave para qualquer empresário.
Os dados não mentem. Enquanto 57,7% dos homens declararam terem dificuldades na área de recursos humanos ou no processo produtivo, este percentual cai para 34,6% entre as mulheres. Além disso, elas trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e apresenta maior potencial de crescimento.
Segundo Leonardo Frade, gerente da Endeavor no PR, a pesquisa aponta ainda que, enquanto os homens se concentram mais nas áreas  tradicionais, como a indústria, e inovam na criação de produtos (o que gera níveis mais elevados de registro de patentes), as mulheres inovam no processo produtivo, implementando novas técnicas de marketing, recursos humanos e integração da equipe, por exemplo. “Consequentemente, suas inovações são menos visíveis, o que faz com que elas tenham mais dificuldade em obter financiamento privado e público”, explica.
Conforme os dados, 38,5% dos homens entrevistados obtiveram algum tipo de financiamento governamental para suas inovações, enquanto somente 19,2% das mulheres conquistaram o mesmo.
Outro levantamento recente, feito pelo Global Entrepreneurship Monitor, mostrou que 51% dos empreendedores brasileiros são do sexo feminino. Além disso, dados do IBGE apontam que o setor de serviços é o maior gerador de empregos formais no país.
Esses dados levantados pela Endeavor integram a primeira  pesquisa, no mundo, sobre empreendedores inovadores, que procura entender as diferenças entre os gêneros. A sondagem faz parte de um estudo mais amplo da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), financiado pelo governo sueco. Além do Brasil e da Suécia, Suíça, Estados Unidos, Uganda e Jordânia também participam do estudo.
A Endeavor entrevistou empreendedores proprietários de companhias com alto crescimento e faturamento anual entre US$ 10 mil e US$ 10 milhões.  “A escolha por estas empresas não foi aleatória. Segundo o IBGE, as empresas de alto crescimento representam apenas 1,7% dos negócios com empregados no Brasil, mas foram responsáveis pela criação de 57,4% dos empregos gerados entre 2005 e 2008, totalizando 2,9 milhões de novos postos de trabalho. É muito importante entender melhor como estes empreendedores alcançam este nível de sucesso para multiplicá-lo pelo Brasil”, diz Juliano Seabra, diretor de Educação, Pesquisa e Cultura da Endeavor.


foto:feminismo.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e pelo comentário!