China
Os americanos ocupam
Wall Street. As chinesas, o toalete. Tendo que enfrentar longas filas em
momentos em que esperar nem sempre é possível, uma jovem estudante de Cantão se
cansou: convenceu 20 colegas a desafiar o governo - em geral avesso a protestos
populares - e, na última sexta-feira, se instalou com elas durante algumas
horas em banheiros públicos da cidade.
Mais do que melhores
condições sanitárias, Li Tingting e as colegas protestavam por igualdade entre
os sexos. Para elas, as filas e as condições de higiene nos banheiros femininos
são piores que nos masculinos. "Nós queremos que os governantes deem
atenção ao assunto", afirmou a estudante. "É um tema importante para
muitas mulheres. Em Cantão, consultamos várias nas ruas e elas nos
apoiaram".
O protesto foi pequeno,
mas conseguiu chamar a atenção. Com a repercussão nas redes sociais, conseguiu
que manifestações similares fossem marcadas para este domingo em Pequim e
Shenzhen. E, com o apoio conquistado entre as chinesas, já ouviu de membros do
governo cantonês que um aumento de 50% no número de banheiros femininos na
província será debatido.
A ideia das
manifestantes é aproveitar a reunião anual do Parlamento chinês em Pequim, no
próximo mês, para fazer um protesto em maior escala e chamar mais atenção para
a causa. Único homem a integrar o protesto em Cantão, Wei Tibin notou reações
diferentes entre outros homens ao se depararem com o banheiro ocupado.
"Alguns que paravam
em frente ao protesto expressavam uma necessidade séria de usar o banheiro,
mas, mesmo assim, a maioria reconhecia a legitimidade da manifestação",
contou. Se conseguirem fazer o governo local realmente ceder, Cantão não será a
primeira região a dar atenção ao problema. As leis de Taiwan e Hong Kong já
estabelecem que haja mais banheiros públicos para mulheres do que para homens.
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