Pesquisa trata de escassez de recursos, acesso ao trabalho e habitação.De 2003 a 2009, índice de vulnerabilidade no Brasil melhorou 14,3%.
Rondônia, Amazonas e Pará foram os estados que menos avançaram em qualidade de vida das famílias entre 2003 e 2009, segundo pesquisa divulgada ontem (17) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao governo federal.
Os três são os únicos estados em que a qualidade de vida melhorou menos que 10% no período, de acordo com o Índice de Vulnerabilidade das Famílias, empregado pelo Ipea na pesquisa. No Pará, o avanço foi de 7,7%; em Rondônia, de 8,8%; e no Amazonas, de 6,8%.
Nas demais unidades da federação, o avanço na qualidade de vida foi superior a 10%, segundo o instituto. A média do país é de 14,3% de melhora em 2009 em relação a 2003.
A vulnerabilidade pode ser explicada, de acordo com o Ipea, pela restrição de acesso "a oportunidades de maneiras diversas, seja pela oportunidade em si ou pela sua precária localização, seja pela falta de acesso à educação e ao conhecimento, seja pelos efeitos dessa falta de conhecimento na prevenção e profilaxia da saúde, por exemplo".
Seis pontos foram utilizados para fazer a pesquisa: vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, escassez de recursos, desenvolvimento infanto-juvenil e condições habitacionais.
O índice proposto pelo Ipea tem como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2003 e 2009.
A pesquisa aponta que a região Norte, em média, apresentou melhorias menos significativas em relação às demais regiões. No acesso ao conhecimento, por exemplo, a redução da vulnerabilidade na região Norte foi de apenas 1,2%, bem inferior a das outras regiões, da ordem de 7,5%.
Segundo Bernardo Furtado, coordenador de estudos urbanos do Ipea, "o Norte chama a atenção pela baixa evolução no período pesquisado". Segundo ele, na região Norte "há mais dificuldade da capacidade do gestor do Estado. A dinâmica do Norte não está tão boa quanto a de outras regiões".
Nordeste
O Nordeste, de acordo com a pesquisa, obteve avanços, mas na média, ainda possui índice de vulnerabilidade superior ao da região Norte. "A região Norte apresenta menor evolução dos indicadores no período, enquanto o Nordeste mantém, de longe, os maiores valores em termos absolutos".
Segundo o Ipea, "a vulnerabilidade como um todo se concentra fortemente nas áreas rurais, em Alagoas, Maranhão, Piauí e interiores do Ceará e de Pernambuco".
Entre os dez estados com os piores índices de vulnerabilidades das famílias, oito estão na região Nordeste. Alagoas possui o pior resultado, seguido por Piauí, Maranhão, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Pará e Tocantins.
O Distrito Federal apresenta na pesquisa o melhor resultado, seguido por Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
No total, a pesquisa aponta que "o valor para o índice médio dos domicílios brasileiros em 2009 apresenta melhora de pouco mais de 14% em relação à média de 2003".
Sobre a melhoria na qualidade de vida das famílias, de 14,3%, Furtado avaliou o resultado como positivo. "Avalio que isso é bom, é um índice razoável. Acesso ao trabalho e renda melhoraram muito, e acesso ao conhecimento também melhorou , mas não de forma tão rápida", afirmou.
De acordo com Furtado, os índices relacionados aos fatores econômicos apresentaram um desempenho melhor, como acesso ao trabalho. "Foi o quesito com maior avanço nas regiões metropolitanas", disse Furtado.
foto:grupogedis.blogspot.com
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