O mundo em alerta, uma preocupante notícia chega da Índia.Tratamentos conhecidos não funcionam no combate da doença; três já morreram.
Doze casos de doentes com uma estirpe “totalmente resistente” aos antibióticos da tuberculose foram reportados em Bombaim. Três dos pacientes já morreram, os restantes poderão ser transferidos para um sanatório em utra cidade para isolamento.
O problema sanitário está a ser seguido de perto pelo Governo que hoje vai definir o destino dos doentes. Os pacientes são provenientes de zonas pobres da cidade. A resistência da estirpe foi testada no laboratório primeiro em quatro dos indivíduos, depois de meses de tratamentos.
A tuberculose só mata menos do que a Aids. Em 2010 houve 8,8 milhões de casos novos, morreram 1,45 milhões de pessoas Nas últimas décadas têm aparecido estirpes da espécie Mycobacterium tuberculosis cada vez mais resistentes aos antibióticos, que há décadas têm sido os mesmos para combater a doença. O fenômeno que surgiu agora na Índia, é a repetição do que aconteceu primeiro na Itália, em 2007, e mais tarde no Irã, em 2009.
Esta estirpe, designada de uma forma informal pelos médicos como “totalmente resistente”, não reage nem à primeira linha, nem à segunda linha de antibióticos.
A tuberculose exige um tempo de tratamento entre os seis e nove meses. Os bacilos colonizam os pulmões dos indivíduos e podem causar uma reação imunológica que vai “comendo” os pulmões. Embora haja uma grande percentagem de pessoas que não desenvolve a infecção, quando esta aparece e não é tratada, os pacientes acabam por morrer.
A Organização Mundial de Saúde reconhece para já dois casos diferentes de estirpes resistentes. A tuberculose multi-resistente, que não reage aos dois principais antibióticos de primeira linha, mas que é susceptível aos antibióticos de segunda linha e a tuberculose extensivamente resistente, que também não reage a um dos três antibióticos de segunda linha.
Segundo Zarir Udwadia, médico no Hospital Nacional de Hinduja, em Bombaim, onde os pacientes estão, a estirpe encontrada na Índia não é tratável “no sentido em que não existe drogas de primeira linha ou de segunda linha” que a combatam.
“O que estamos a ver é só a ponta do iceberg. Não sabemos quão dispersa é que [a estirpe] está, porque poucas pessoas são testadas”, disse por sua vez Ruth Mcnerney, à BBC News, especialista inglesa.
Reportagem de Nicolau Ferreira
foto:m.publico.pt
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