22/01/2012

Gotinhas serão substituídas por injeção

E quem irá substituir a figura do Zé Gotinha que ajudava a criançada a enfrentar o medo?



As tradicionais gotinhas contra a poliomielite serão substituída por vacina injetável, a partir do segundo semestre desse ano. A mudança ocorre apenas para as crianças que ainda não começaram o calendário de vacinação e será limitada as duas primeiras doses (aos dois e quatro meses de vida). A nova vacina feita com vírus inativo - chamada Vacina Inativada Poliomielite (VIP) -  se mostra mais eficaz do que  vacina oral poliomielite (VOP), com vírus atenuado. De acordo com dados da OMS, uma em  cada 4 milhões de criança imunizada pela VOP desenvolve a pólio vacinal ( paralisia flácida).

A vacina injetável é usada em outros países que também erradicaram a doença e faz parte do programa mundial de erradicação da pólio. "Com a injetável se anula essa possibilidade e se mantém a erradicação", observa a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap Juliana Araújo. A restrição de uso é apenas para crianças que apresentarem sensibilidade aos componentes ou ainda com quadro de doença em período agudo.

A mudança, entretanto, não implica em grandes transformação na logística hoje usada, explica Juliana Araújo.  Serão usadas as mesmas estruturas para armazenamento e o incremento deve ser na aquisição de seringas e agulhas. De acordo com ela, a partir da próxima semana o Ministério da Saúde estará definindo as campanhas de vacinação. "Só então saberemos quantas doses serão destinadas de cada tipo, bem como quando iniciaremos o treinamento de pessoal", afirma. Todos os profissionais que atuam em salas de vacina de todo estado receberão treinamento específico.

Na primeira etapa da vacinação, prevista para 16 de junho, todas as crianças receberão as gotinhas. "É importante que os pais obedeçam o calendário vacinal e não aguardem  a chegada da nova vacina, caso ele esteja no tempo de receber", disse.

 A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no entanto, recomenda que os países das Américas continuem utilizando a vacina oral, com vírus atenuado, até a erradicação mundial da poliomielite, o que garante uma proteção de grupo. O vírus ainda circula em 25 países. O Brasil utilizará um esquema sequencial, com as duas vacinas, aproveitando as vantagens de cada uma, mantendo, assim, o país livre da poliomielite. A VIP será aplicada aos dois e aos quatro meses de idade e a vacina oral será utilizada nos reforços, aos seis e aos 15 meses de idade.

A inclusão da vacina pentavalente no calendário da criança também será feita a partir do segundo semestre de 2012. A pentavalente combina a atual vacina tetravalente (difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenza tipo b) com a vacina contra a hepatite B. Ela será produzida em parceria com os laboratórios Fiocruz/Bio-Manguinhos e Instituto Butantan. As crianças serão vacinadas aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade.

Com o novo esquema, além da pentavalente, a criança manterá os dois reforços com a vacina DTP (difteria, tétano, coqueluche). O primeiro a partir dos 12 meses e, o segundo reforço, entre 4 e 6 anos. Além disso, os recém-nascidos continuam a receber a primeira dose da vacina hepatite B nas primeiras 12 horas de vida para prevenir a transmissão vertical. Box: Esquema sequencial da vacinação contra poliomielite.


foto:meunomenaoemegan.blogspot.com

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