Não poderia ser diferente. Afinal, ninguém consegue ficar indiferente diante da violência, mesmo quando ela não nos atinge diretamente. A violência altera nossa relação com o outro e com a vida, deixando marcas perenes.
O brasileiro acredita que políticas sociais e educacionais são caminhos melhores para combater o aumento da criminalidade do País do que ações repressivas. No entanto, é a favor de penas maiores, diminuição da maioridade penal e, em alguns casos, defende até mesmo a violência policial. O retrato contraditório foi mostrado ontem em uma pesquisa sobre Segurança Pública encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento informa, ainda, que 80% dos brasileiros mudaram seus hábitos por conta da violência. A maior parte dos entrevistados prefere não andar com dinheiro, preocupa-se mais ao chegar ou sair de casa e do trabalho, evita sair à noite e até mesmo deixou de circular por determinadas ruas ou bairros como medida de segurança.
O mesmo número de pessoas diz ter assistido, nos últimos 12 meses, algum ato de violência ou algum crime; 30% foi ou teve um parente próximo vítima de um crime.
"Há um paradoxo nessa situação. As pessoas acreditam nas políticas sociais, mas há uma vontade de aumentar o rigor. Acredito que tenha a ver com a urgência de uma sociedade que está sofrendo com a violência", afirmou o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
De um modo geral, a pesquisa mostra um País que espera mais rigor e mais resultado nas punições. Mesmo concordando com o uso de penas alternativas em casos de delitos leves, grande parte dos entrevistados acredita que penas mais severas reduziriam a criminalidade e que a impunidade a aumenta.
Mais da metade apoia totalmente a prisão perpétua, inexistente no Brasil. Um porcentual significativo - 31% - defende a adoção da pena de morte e outros 15% acham que ela pode ser justificada em alguns casos.
O constante envolvimento de menores em crimes tem um reflexo claro na pesquisa. Essa é uma das questões em que há maior unanimidade nas respostas: 75% dos entrevistados defendem a redução da maioridade para 16 anos e o mesmo número acredita que adolescentes que cometem crimes violentos deveriam ser punidos como adultos.
De acordo com Renato da Fonseca, a pesquisa retrata uma sociedade que está sofrendo com a violência, mas não é violenta em si. "Fica muito claro que as pessoas não estão podendo circular livremente pela cidade", disse.
Apesar dessa visão, a pesquisa mostra que um quarto dos entrevistados, mesmo sem ter confiança absoluta na polícia, acredita que a violência oficial pode ser justificada pela violência dos criminosos. Outros 25% concordam em parte com essa afirmação.
fonte:http://www.odiariodemogi.inf.br/noticia_view.asp?mat=32522&edit=4
foto:pjuciceroleite31.blogspot.com
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