Com 240 candidatos aprovados no último Exame de Ordem, a Unip foi a  universidade de São Paulo que mais ex-alunos colocou no mercado de trabalho.  Segunda colocada, a FMU emplacou metade desse número: 119 bacharéis. No exame  anterior, também deste ano, a Unip viu 230 de seus bacharéis adquirirem o  direito à Carteira da OAB, enquanto a FMU aprovou 168 bacharéis.
A relação matemática entre candidatos inscritos e candidatos aprovados,  alerta a OAB, não é recomendável. “Há um contingente enorme de candidatos  repetentes que se inscrevem todos os anos e isso deforma o cálculo”, explica o  secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho. Dos  125 mil inscritos no Exame de Ordem mais recente, 57 mil estão tentando  aprovação pela terceira vez ou mais. Segundo o secretário-geral da OAB, sem os  repetentes acumulados, o índice médio de aprovação dobra e salta para 30%.
Proporcionalmente, a escola de Direito da Universidade de São Paulo foi a que  mais aprovou. Mas o cálculo feito pela OAB foi unanimemente atacado pelas  escolas (veja o protesto da FGV ao final deste texto). Em geral, os percentuais  mais altos são obtidos pelas escolas que têm menos alunos. No caso da USP, foram  inscritos 39 candidatos, apenas um faltou na primeira fase, 27 passaram na  segunda fase.
O resultado divulgado ainda não é definitivo. Dos 125 mil inscritos,  compareceram para a primeira fase 119.255 candidatos. 21.818 foram para a  segunda fase e 18.002 foram aprovados. Mas ainda não foram apreciados os  recursos que normalmente são volumosos.
A Universidade Paulista teve 3.543 bacharéis inscritos na última seleção.  Esse número avantajado se explica pelo tamanho da Unip — quase 200 mil alunos em  todos os cursos — mas principalmente pelos repetentes de exames anteriores que  se acumulam ano a ano. A estatística divulgada esta semana informa, por exemplo,  os reprovados de uma escola que foi fechada há sete anos, a unidade Anália  Franco.
Ainda assim, o número de 470 aprovados da universidade neste ano é  significativo socialmente. Pela capilaridade de suas 27 escolas espalhadas pelo  estado, a universidade é quem mais oferece oportunidade à população de baixa  renda. Diferente das escolas da elite, que chegam a dar aula em período integral  a um reduzido número de alunos, a maior parte dos cursos da Unip é ministrada no  período noturno, para poder dar acesso a quem trabalha durante o dia.
Segundo Furtado Coêlho, o objetivo da OAB é aperfeiçoar o cruzamento de dados  do Exame de Ordem para reprimir o ensino de baixa qualidade e estimular as boas  escolas. O dirigente informa que a Ordem passará a divulgar também o índice de  alunos que ainda não se formaram, mas participam também do exame de seleção da  entidade. “É preciso ser rigoroso, mas sem perder de vista que — assim como  escolas de Filosofia e História não formam, necessariamente, filósofos e  historiadores — cursos de Direito não produzem, obrigatoriamente, juízes,  advogados ou promotores.”
Leia o protesto da FGV:
A Escola de Direito de  São Paulo da Fundação Getulio Vargas (DIREITO GV) esclarece que sempre  apresentou um índice de aprovação no Exame da ordem acima de 90%, considerando  as aprovações por turmas de alunos formados. Do total de alunos que se formaram  em 2009, 91% foram aprovados pelo Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Esse  índice vai a 98% entre os alunos formados em 2010.
Os dados a respeito dos alunos com previsão para se formarem em 2011 indicam  que 42% já foram aprovados nos exames 2010.3 e 2011.1 (resultados divulgados em  julho e setembro de 2011). Lembrando, ainda, que o restante da turma pode  prestar dois exames até a formatura.
Reiteramos que não é possível falar em um índice consistente que apresente o  real desempenho de uma turma e, consequentemente, o sucesso de uma instituição  frente a um exame, com informações fracionadas e apresentadas antes da conclusão  de uma respectiva turma de formandos.
“Diante dessas informações, lamentamos a divulgação realizada no dia 23 de  setembro, em caráter de exclusividade, de resultados ainda não oficiais em  relação ao último exame. Causa-nos muita estranheza que informações de um exame  que dialoga com o sistema educacional e avalia a formação de advogados não seja  acessível às instituições de ensino, que devem zelar pela qualidade da formação  de seus alunos. A apresentação dos dados divulgados, tal como foi feita, não  permite avaliar se as escolas foram realmente bem ou mal.”, afirma Oscar Vilhena  Vieira, diretor da DIREITO GV.
http://www.conjur.com.br/2011-set-29/unip-lidera-ranking-colocam-advogados-mercado
foto:alamedavirtual.com.br
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