13/11/2013

México, Chile, Colômbia e Peru vão formar grupo líder da economia em 2014, diz FMI


México, Chile, Colômbia e Peru formarão em 2014 o grupo de países latino-americanos com melhor desempenho econômico, em meio a um cenário de preocupação com a Venezuela, disse no domingo a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde. Na opinião de Lagarde, os países que geram mais otimismo em 2014 são "aqueles que têm sólidas políticas macro-econômicas, que tenham a situação fiscal sob controle e que implementem reformas que liberem o potencial dessas economias".
Em uma entrevista à rede CNN em espanhol, a máxima dirigente do FMI disse que "colocaria nesse grupo países como México e Chile. Tenho muito otimismo em relação a países como Colômbia e Peru. Esses formariam algo como meu grupo líder". De qualquer forma, disse Lagarde, é difícil traçar um panorama que seja geral para toda a região devido às diferentes situações.
"Se alguém olha para um país como Brasil, está crescendo abaixo de seu potencial nesse momento e precisa de sérias reformas. Se alguém olha para o México, há fortes reformas em curso na atualidade que têm um efeito muito leve este ano mas que, estamos certos, serão significativos em 2014", explicou.
Venezuela com problemas a curto prazo Para Lagarde, um ponto de preocupação é a Venezuela, um gigante petrolífero que tem problemas de alta inflação e escassez, e pode enfrentar mais dificuldades já a curto prazo. "Eu não acredito que a economia (da Venezuela) esteja bem nesse momento e entendemos que eles têm usando significativas quantias de suas reservas. É uma economia que realmente enfrentará difíceis problemas de política muito possivelmente a curto prazo", disse a economista francesa.


Contudo, Lagarde alertou que a entidade que dirige não possui informações atualizadas sobre a economia venezuelana que sejam resultado da ação de seus especialistas, ao que Caracas se opõe desde 2006. "Nosso conhecimento e interpretação dos números da Venezuela estão baseados fundamentalmente na informação disponível, não em discussões profundas com as autoridades", disse Lagarde.
FMI "mais aberto" ao social Lagarde rejeitou que o FMI tenha uma imagem ruim da América Latina devido a experiências nas décadas anteriores, mas admitiu que a entidade se vê forçada a "atuar em situações difíceis, para dar recomendações duras". "Além disso, se a situação (de rejeição) fosse tão ruim, não haveria países que vêm até nós e não é o caso de países como México ou Colômbia", afirmou.
Em outra parte da entrevista, ressaltou a reunião anual do FMI e do Banco Mundial de 2015 em Lima, primeira vez que acontece em uma cidade latino-americana em quase meio século. Segundo Lagarde, o FMI tem agora uma visão diferente com os setores mais pobres das sociedades. "Eu não quero reescrever a história, mas penso que agora estamos dando maior atenção aos mais expostos", disse.
"Acredito que estamos agora mais abertos a reduzir o ritmo da consolidação fiscal por causa disso, para manter as redes de proteção social", afirmou. "Progressos" na Argentina Por outro lado, Lagarde ressaltou os progressos obtidos entre o Fundo e Argentina no diálogo para criar um novo índice de inflação no país, que recebeu uma moção de censura do organismo em fevereiro por sua falta de cooperação nessa matéria.
"Estamos em um processo com a Argentina, nesse momento, para esclarecer os números, estabelecendo os que são mais confiáveis e compartilhando esses números com os outros membros (do FMI). Estamos fazendo progressos positivos", disse Lagarde.
A máxima responsável pelo FMI expressou sua "esperança de que o país continue com esses progressos, que cumpra seus compromissos e ofereça números claros sobre inflação". A diretoria do Fundo, que representa os 188 Estados membros da instituição, deve avaliar em breve um relatório e decidir a situação da Argentina dentro da instituição.



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