Decisão de Haia, que dá 100 mil quilômetros quadrados de mar à Nicarágua, obriga pescadores a alterarem rota e prejudica economia da ilha de San Andrés.
Em repúdio à decisão de Haia, donos de restaurantes colaram cartazes em seus estabelecimentos |
Pouco visitada por brasileiros, que preferem outros destinos no Caribe, como Aruba e Punta Cana, a ilha colombiana de San Andrés passa por um momento de incertezas. Isso porque, em novembro do ano passado, a Corte Internacional de Justiça decidiu que a Colômbia deve ceder cerca de 100 mil quilômetros quadrados de mar à Nicarágua.
Apesar de continuar vinculado à Colômbia, o arquipélago terá seriamente afetada uma das suas duas principais atividades econômicas: a pesca. A região disputada é origem, por exemplo, de 90% das lagostas exportadas pelo país.
Em protesto, os moradores de San Andrés iniciaram uma campanha contra a decisão de Haia. O prefeito local, Arturo Arnulfo Robinson Dawkins, aderiu ao movimento e pediu que o presidente Juan Manuel Santos rejeite a decisão e entre com recurso em Haia. “Nossos bens são muito limitados e, ainda assim, perderíamos o pouco que temos para sobreviver”, afirmou à imprensa local.
A ilha de San Andrés é uma das localidades mais pobres da Colômbia e não conta com reservas de água doce. Em 1954, para ativar a economia local, a região foi declarada como zona livre de impostos. No centro comercial, são comuns cenas de argentinos e chilenos com malas de viagem para guardar as suas compras (lembrando o que brasileiros costumam fazer em Orlando, por exemplo). Ainda assim, é do turismo que vem a maior parte dos recursos de seus habitantes.
Localizada a 700 quilômetros da costa colombiana e mais próxima da América Central, San Andrés não deixa nada a desejar para os outros destinos mais badalados do Caribe. Há praias ótimas para quem gosta de mergulhar à procura de animais marinhos, como La Piscinita, mas também aos que desejam apenas descansar, como a de San Luís.
Como não poderia deixar de ser, os restaurantes, que em geral têm preços superiores aos de Bogotá, servem frutos do mar como seus melhores pratos. Antes das refeições, são oferecidos quitutes típicos, como o “Fruto Pan”. Para beber, há diversas opções feitas a partir de coco, como o Cocoloco.
Em um voo de 30 minutos, também é possível ir para Providência, outra ilha do caribe colombiano. Declarado pela Unesco como Reserva de Biosfera, o arquipélago conta com 4.000 habitantes (que falam criolo, um espanhol misturado com inglês) e dá a impressão de estar parado no tempo, com seus carros antigos e pessoas caminhando nas ruas sem aparentar nenhuma pressa.
No centro de Providência está localizada a Ponte dos Namorados, que liga a ilha à ainda menor vizinha Santa Catalina. As casas muito coloridas e com repetidas referências ao cantor Bob Marley dão um charme especial aos dois arquipélagos.
Reportagem de Vitor Sion
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/27965/paraiso+caribenho+colombiano+passa+por+impasse+juridico+internacional+.shtml
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