Em 2020, 90% da população brasileira estarão vivendo nas cidades, assim
como seus vizinhos do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai).
Ainda assim, a desaceleração urbana já está ocorrendo na região, informa
o relatório Estado das Cidades da América Latina e do Caribe, divulgadoontem (21) pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos
(ONU-Habitat).
Embora seja a menos povoada em relação ao seu território, a região da
América Latina e do Caribe é a mais urbanizada do mundo e quase 80% de
suas populações vivem hoje nas cidades. Apesar desse panorama, após
décadas de êxodo rural, o estudo demonstra que a explosão urbana é coisa
do passado e que desde 2000 o crescimento médio anual da população na
região tem sido inferior a 2%, crescimento considerado normal, segundo o
relatório.
O estudo aponta ainda que a desaceleração populacional na região,
iniciada há cerca de 20 anos, deve continuar e que até 2030 o número de
habitantes na maioria dos países latino-americanos e caribenhos crescerá
menos de 1% ao ano. A atual estabilidade demográfica é muito vantajosa
para várias dessas nações, onde a população ativa supera em muito a de
crianças e velhos.
A situação privilegiada, porém, não durará mais que 30 anos e as nações
devem aproveitá-la para se preparar para um futuro sustentável, com boa
estrutura para os idosos que serão maioria em algumas décadas. Para
aproveitar esse momento, o estudo sugere uma série de medidas e novo
modelo de crescimento diferentes dos atuais, que impulsionem a expansão
das periferias, de rodovias, condomínios fechados e veículos
individuais.
A proporção de pessoas vivendo em favelas diminuiu nas últimas duas
décadas, mas o relatório mostra que cerca de 111 milhões de pessoas
ainda vivem nesses espaços, a maioria segregada socialmente e
espacialmente, com poucos locais de lazer, pouco transporte público,
serviços básicos precários e poucos equipamentos sociais e estruturas
produtivas. Atualmente, 124 milhões de habitantes nas cidades vivem em
situação de pobreza, uma em cada quatro pessoas nas áreas urbanas.
A elaboração do relatório foi apoiada pela Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe (Cepal), a Federação Latino-Americana de
Cidades, Municípios e Associações de Governos Locais (Flacma), pelos
Ministros e Autoridades Máximas de Habitação e Desenvolvimento Urbano da
América Latina e do Caribe (Minurv) e pela Aliança para as Cidades e o
Banco de Desenvolvimento na América Latina (CAF).
Reportagem de Flávia Villela
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/23814/relatorio+da+onu+mostra+que+desaceleracao+urbana+ja+ocorre+na+america+latina+e+no+caribe+.shtml
foto:flb-ap.org.br
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