03/03/2012

Falta de ômega-3 pode antecipar problemas de envelhecimento cerebral


Pessoas que possuem menos níveis do nutriente no sangue sofrem antes com deficiência de memória e raciocínio.


Um estudo publicado nesta terça-feira no periódico Neurology sugere que pessoas que seguem uma dieta deficiente em de ômega-3, nutriente comumente encontrado em peixes, linhaça, castanha e azeite, podem sofrer antecipadamente com o processo natural de envelhecimento do cérebro. Elas, segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, são acometidas mais cedo por problemas como a perda de memória e o declínio de habilidades cognitivas.
Para chegar a tais resultados, foram analisados 1.575 homens e mulheres entre 67 e 76 anos que não apresentavam nenhum sinal de demência. Os participantes fizeram ressonância magnética no cérebro, além de testes que mediram a função mental, a massa corporal e os níveis de ômega-3 nas células do sangue.
Ao final dos testes, o grupo de pessoas que apresentou os menores índices de ômega-3 tinha 25% menos quantidade do nutriente no sangue do que o grupo que demonstrou maior presença do ácido graxo. Esses indivíduos com menos ômega-3 no sangue demonstraram menor volume cerebral nas ressonâncias magnética e resultados inferiores dos testes de memória visual e função executiva do cérebro, como resolução de problemas e capacidade de pensar em várias coisas ao mesmo tempo.
“O volume cerebral das pessoas que consumiam menos ômega-3 era inferior ao daquelas que tinham mais níveis do nutriente nas células, mesmo em indivíduos livres de demência. E essa diferença no cérebro foi equivalente a um processo de envelhecimento cerebral dois anos mais avançado”, afirma o coordenador do estudo, Zaldyn Tan. 
foto:michellesaudeebeleza.com.br

Saiba mais sobre Ômega-3

Segundo a nutricionista Karin Honorato, o ômega-3 é uma exceção entre as gorduras. “É uma gordura tão importante para o organismo que é conhecida como gordura essencial, que nós não podemos viver sem ela e que o corpo não produz. Ou seja, nós precisamos consumi-la via alimentos”, diz.Karin ressalta a importância do consumo diário de ômega-3 para gestantes. Pois, segundo ela, essa substância contribui na formação do bebê. Durante o período de amamentação, a nutricionista recomenda que a mãe continue consumindo alimentos ricos em ômega-3. Por meio do leite, o bebê vai absorver essa substância.
Com relação aos idosos, Karin afirma que o consumo de ômega-3 deve ser ainda maior. “Com o passar do tempo, os idosos vão perdendo os benefícios do organismo de produzir enzimas”, explica.De acordo com a nutricionista, o consumo adequado dessa substância ajuda a evitar doenças inflamatórias, como doenças cardiovasculares, diabetes, atrites reumatóides e câncer. Segundo ela, “nas doenças cardiovasculares, por exemplo, o ômega-3 é excelente para diminuir o índice de triglicérides e até para evitar a agregação plaquetária, ou seja, aqueles coágulos que se formam nas artérias”.
Karin ressalta também a importância do consumo de alimentos ricos em ômega-3 para pessoas que sofrem de osteoporose, “doença onde a absorção de cálcio é pequena”. Segundo ela, o ômega-3 auxilia na absorção do cálcio pelo organismo. No caso da artrite reumatóide, ela explica que o ômega-3 favorece na redução do uso de anti-inflamatórios, “porque ele já é um anti-inflamatório natural”.
O ômega-3 também traz benefícios ao cérebro, de acordo com Karin. “Ajuda a diminuir o risco de doenças degenerativas – como alzheimer e parkinson – favorecendo a memória, a parte cognitiva e até a depressão”, explica. Ainda segundo ela, o ômega-3 melhora o humor, a ansiedade e também estimula o prazer.
Alimentos ricos em ômega-3
O primeiro alimento que a nutricionista destaca é o peixe de águas salgadas e profundas. Segundo Karin, o salmão, a sardinha e o atum possuem grande concentração da substância. “O número um em ômega-3 é o salmão. Que a pessoa deve consumir no máximo duas vezes por semana”. Sobre peixes enlatados, ela recomenda que a pessoa evite consumir o molho da conserva.

A segunda fonte mais importante de ômega-3 é a semente de linhaça, de acordo com a nutricionista. Karin cita ainda a semente de chia como outro alimento rico em ômega-3.
O óleo de canola também é citado pela nutricionista. Mas ela pede cautela no consumo, pois, esse óleo também possui ômega-6, que se consumido em excesso ajuda a aumentar o risco de doenças inflamatórias.

As nozes também são destacadas pela nutricionista. Ela ainda cita algumas verduras escuras e o azeite, que possuem pequenas doses de ômega-3. Para concluir Karin apresenta como alternativa as cápsulas de ômega-3, nesse caso, segundo ela, o consumo deve ser acompanhado por um nutricionista.
foto:marcela-nutricao.blogspot.com

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