A Procuradoria Geral da Colômbia determinou esta semana a a prisão preventiva do embaixador do país no Peru, Jorge Aníbal Visbal (foto esq.), acusado de ligação com grupos paramilitares de ultradireita, numa decisão que levou à renúncia imediata do diplomata, segundo a chancelaria. É a primeira vez que as autoridades colombianas decretam a prisão de um funcionário diplomático em exercício.Dezenas de políticos, militares e sindicalistas colombianos são investigados pela suspeita de apoiar ou receber ajuda dos paramilitares, esquadrões acusados de massacrar milhares de civis em meio ao seu conflito contra guerrilhas esquerdistas e seus aliados.
Em nota, a Procuradoria Geral disse que Visbal é "suposto responsável pela conduta punível de formação de quadrilha qualificada, por fatos ocorridos quando atuou como presidente da Federação Nacional de Pecuaristas, entre os anos de 1998 e 2004".O Ministério de Relações Exteriores informou que, após a divulgação da ordem de prisão preventiva, o embaixador enviou de Lima uma carta comunicando sua renúncia e informando que regressará à Colômbia para responder ao processo judicial.Ex-senador, ex-embaixador no Canadá, Visbal foi acusado pelo ex-líder paramilitar Salvatore Mancuso de receber o apoio desses grupos armados ilegais nas eleições legislativas de 2006.
Antigos chefes paramilitares também disseram que Visbal prestava apoio a esses grupos, que surgiram na década de 1980 e recebiam patrocínio de narcotraficantes, pecuaristas e empresários que queriam se defender de ataques guerrilheiros.Os esquadrões paramilitares foram desmobilizados em uma polêmica negociação de paz com o governo do ex-presidente Álvaro Uribe. Quase todos os seus chefes estão presos ou foram extraditados para os EUA, mas a maioria dos 30 mil combatentes de baixo escalão acabou se incorporando a quadrilhas de narcotraficantes.
Dezenas de congressistas também já foram presos e perderam seus mandatos por causa de ligações com os paramilitares.Antes do anúncio da prisão, Visbal disse que seus contatos com os paramilitares se limitavam à sua atividade como dirigente pecuarista, quando ele teria procurado os líderes dos esquadrões para propor uma humanização do conflito e a adesão a um processo de paz.
Reportagem de Luis Jaime Acosta, com a colaboração de Teresa Céspedes em Lima
foto:hispantv.com
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