Ainda teremos que esperar um pouco, mas de qualquer forma é uma boa notícia. Depois, quem sabe, retiramos o lixo dos oceanos, dos rios, da terra, começando pelo de nossas ruas.
O Centro
Espacial Suíço está desenvolvendo uma espécie de caminhão de lixo espacial,
projetado para agarrar detritos que estão na órbita terrestre e colocam em
perigo as missões espaciais tripuladas.
Os mais de 500 mil pedaços de detrito espacial que a Nasa, a
agência espacial americana, monitora na órbita da Terra causam muita dor de
cabeça aos cientistas. Apenas 16 mil desses objetos têm mais de 10 centímetros
de diâmetro, mas mesmo um parafuso representa grande perigo para satélites em
operação e, principalmente, para veículos tripulados. Em janeiro, por exemplo,
os astronautas da Estação Espacial Internacional precisaram fazer uma manobra
para desviar de lixo espacial. Em junho de 2011, a tripulação chegou a se
refugiar na cápsula de fuga porque pedaços de metal passaram perto da estação a
velocidades que podem chegar a 28.000 quilômetros por hora.
O maior desafio do
satélite faxineiro, batizado de CleanSpaceOne pela agência espacial
suíça, será agarrar os objetos em altíssima velocidade. Ele vai precisar se
concentrar em um alvo, entrar na rota de sua órbita e agir rápido na hora do
impacto. Um movimento errado e o detrito pode destruir o satélite, espalhando
mais lixo. Para realizar o serviço, os suíços desenvolveram garras flexíveis,
inspiradas em tentáculos, e câmeras e sensores óticos para ajudar na hora do
'bote'.
Uma vez que o detrito é agarrado, o satélite terá que ser
estabilizado, pois há o perigo de perda de controle após o impacto. Se esse
problema for contornado, o CleanSpaceOne vai levar o lixo até uma órbita mais
baixa, onde a gravidade pode atraí-lo para a Terra. Ao entrar na atmosfera,
tanto o CleanSpaceOne quanto o satélite vão queimar em atrito com o ar a
grandes velocidades.
A construção da sonda custará 11 milhões de dólares no total,
segundo os pesquisadores suíços. A previsão é de que ela fique pronta entre
2015 e 2017. O primeiro alvo já foi definido: é o satélite desativado
SwissCube, enviado ao espaço em 2009, na primeira missão espacial do
país.
Se tiver sucesso, o
programa pode render alguns milhões de dólares aos suíços, pois os países que
investem na exploração espacial, como Estados Unidos, Rússia e China, estão
ansiosos para diminuir os já enormes riscos que envolvem a atividade.
foto:paraaondevamos.blogspot.com
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