A corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon (foto esq.), afirmou na última sexta-feira (3/2), que está feliz com o resultado do julgamento da Ação Direta
de Inconstitucionalidade (Adi) que questionava os poderes de investigação do
Conselho, mas ressaltou que o resultado ainda é provisório. Uma parte da ação,
apresentada pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), foi julgada na
quinta-feira (2/1) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista coletiva realizada em Brasília, a
corregedora esclareceu que ainda há pontos da Resolução 135 pendentes de análise
pelo Supremo e a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio de Mello
continua em plena eficácia até que o acórdão da decisão seja publicado. “Na
quarta-feira teremos a continuidade do julgamento. Tudo continua como antes até
o julgamento final, quando for publicada a decisão. Ainda faltam quatro artigos
da Resolução 135 que foi questionada pelas associações na Adi para serem
julgados”, afirmou. De acordo com a ministra, a decisão final do STF está
sujeita a alterações até que seja efetivamente publicada.
A ministra
agradeceu o envolvimento do povo brasileiro no debate sobre as competências do
CNJ e disse que a Justiça brasileira sai engrandecida do episódio. “Eu, como
cidadã brasileira, estou orgulhosa de ver essa movimentação. E isso tudo foi
ocasionado pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que, numa atitude de vanguarda
e de prudência, adiou por 13 vezes a votação para que fosse possível à sociedade
discutir, se assenhorar e amadurecer as ideias”, afirmou. “Nunca vi, em 32 anos
de magistratura, uma discussão tão ampla e participativa de todos os segmentos
da sociedade. Isso é que é histórico”, complementou.
Segundo a ministra,
o resultado apertado do julgamento deve-se à complexidade dos temas debatidos.
“Teses divergentes são próprias da democracia. Não temos teses únicas. Por isso
mesmo as teses foram defendidas com tanta veemência e o resultado foi tão
apertado nas teses principais, que são a publicização e a competência
concorrente”, disse.
A ministra evitou emitir qualquer expectativa em
relação a uma futura decisão do Supremo em relação ao mandado de segurança que
questionou a investigação patrimonial de juízes, que estava sendo conduzida pela
Corregedoria até a concessão de uma liminar. “Naturalmente o julgamento desta
ação dará sentido ao do mandado de segurança, mas não é líquido e certo”,
declarou.
Ao final da entrevista, Eliana Calmon disse que se emocionou a
cada voto proferido, contra ou a favor. “E, ao final, quando me perguntaram o
que vou fazer, eu disse assim: vou dormir, porque não durmo há três meses”.
fonte:http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18058:ministra-destaca-que-decisao-do-stf-e-provisoria&catid=223:cnj&Itemid=583
foto:panoramabrasil.com.br
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