15/02/2012

Crise mundial esfria carnaval no Brasil


O Brasil atrai milhares de turistas do mundo inteiro todos os anos, principalmente durante a época do Carnaval. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), no ano passado, os turistas estrangeiros que estiveram no país gastaram US$ 6,7 bilhões, valor que representa um crescimento de 14,4% com relação a 2010, quando o resultado havia ficado em US$ 5,9 bilhões. Este ano, porém, a crise na Europa deve impactar e diminuir a quantidade de visitantes nas principais cidades brasileiras, uma vez que a maioria dos países da União Europeia envia turistas ao país.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2010 pelo professor Bayard Boiteux, do Instituto de Pesquisas e Estudos do Turismo da UniverCidade, naquele ano, 52% dos estrangeiros que estavam no Rio de Janeiro eram da Europa, sendo a maioria franceses (17%), alemães (14%) e italianos (11%). A forma de hospedagem predominante desses turistas, cerca de 70%, era em hotéis da cidade.
Este ano, segundo levantamento feito pelo Ministério do Turismo, a estimativa é de que sejam feitas seis milhões de viagens dentro do Brasil, no período que começa na sexta-feira, dia 17 de fevereiro, e se estende até a quarta-feira de Cinzas. Esse número contempla viagens realizadas por turistas brasileiros e estrangeiros, que devem resultar em uma movimentação financeira de R$ 5,5 bilhões para o setor.
Redução com a crise
Na cidade maravilhosa, um dos destinos mais procurados pelos estrangeiros, o impacto da crise europeia já atinge os hotéis, principalmente os cinco estrelas. Segundo pesquisa de ocupação hoteleira para o Carnaval, feita pela Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), hotéis deste porte já estão sentindo reflexos da situação econômica no velho mundo.
Alfredo Lopes, presidente da instituição, comenta que, nesta época, os hotéis da categoria luxo contam com mais participação de estrangeiros, mas este ano, o número deixou a desejar. “O Carnaval é uma data que conta, tradicionalmente, com 70% de participação do mercado internacional. Esse ano, porém, a taxa de ocupação de turistas estrangeiros em hotéis mais luxuosos está em 50%”, conta.
Para ele, esse número gera uma perda significativa de dinheiro estrangeiro que circula no país, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro. “O turista de fora do país consome mais e, consequentemente, gasta mais dinheiro, até porque fica mais tempo na cidade. Se não fosse a crise, teríamos um número mais expressivo de estrangeiros na cidade”, ressalta.
Lopes acredita que a baixa na ocupação este ano dos hotéis mais sofisticados deve ser compensada pelo mercado nacional, mas a resposta dos turistas brasileiros deve aparecer depois, já que esse público costuma fechar os pacotes em cima da hora.
Além de contar com a participação dos brasileiros, a Embratur prevê que, embora possa diminuir a vinda de estrangeiros europeus neste período, o mercado nacional deve se manter aquecido com turistas de outras nacionalidades, a exemplo da América do Sul. “A expectativa é que esses turistas contribuam para alcançar a meta estabelecida de 5,8 milhões de turistas estrangeiros para 2012”, completa Marcelo Pedroso, diretor de mercados internacionais do instituto.
Atração de estrangeiros
Para garantir que a festa mais animada do Brasil conte com a participação de pessoas do mundo todo, a Embratur  está realizando diversas ações promocionais programadas para o  carnaval.  Uma das inovações deste ano é o aplicativo “Meu Carnaval”, para o Facebook. “Com essa ferramenta, os internautas podem simular uma visita aos principais pontos do carnaval e customizar seu perfil por meio de atualizações periódicas de textos e fotos do carnaval no Rio de Janeiro, Recife e Bahia”, explica Pedroso.
Como ele explica, quando a crise financeira internacional começou a dar os primeiros sinais em 2008, a Embratur optou por manter as estratégias de ação promocional no exterior. “Analisando o aumento de 7% verificado em 2010 com relação a 2009, constatamos que nos recuperamos da queda de 5% em 2009 e ainda obtivemos um crescimento real de 2%. Esses dados indicam que o nosso país recuperou o ritmo de entradas de turistas após a crise de 2008 e que nossa aposta foi correta”, finaliza.

foto:bagarai.com.br

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