Uma excelente notícia para terminar a semana! Não apenas para a Espanha, mas para todo o mundo que anseia viver em paz.
O grupo separatista basco ETA anunciou ontem (20) que abandonou definitivamente a luta armada, segundo comunicado divulgado pelo jornal "Gara", canal habitual dos comunicados do grupo.
"O ETA acaba de anunciar que 'decidiu pelo fim definitivo de sua atividade armada'', disse o jornal basco "Gara", citando um comunicado do grupo.
O premiê da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou que o anúncio é uma "vitória da democracia".
Mais de 850 mortes
O ETA, que matou mais de 850 pessoas em seus 50 anos de história a favor de um País Basco independente, no norte da Espanha e sudoeste da França.
Ele estava enfraquecido pela repressão policial, com a detenção de vários de seus dirigentes mais importantes, e pelo aumento do apoio basco à saída política.
O grupo também se encontrava havia vários meses sob a pressão de seu ilegalizado braço político, o Batasuna, para anunciar cessar-fogo.
O ETA rompeu diversas promessas de cessar-fogo no passado, o mais recente em 2006, quando uma trégua foi rompida por um violento ataque a bomba no aeroporto de Madri.
Declarações de cessar-fogo têm sido vistas por analistas como tentativas da organização de se reagrupar e lançar novos ataques.
O que é o ETA
Formado nos anos 60, uma das facções do movimento autonomista basco – denominado de ETA (Pátria basca e liberdade) - não tomou conhecimento das liberdades obtidas pelo povo basco desde que a ditadura do general Franco encerrou-se em 1975. O partido Herri Batasuna, que dá sustentação à facção terrorista Jarrai-Haika-Segi, repudia as hoje chamadas Comunidades Autônomas dos Países Bascos, dentro de uma Espanha federada. Querem a independência total.
Fazer do País Basco um estado-nacional como Portugal, separado do restante da península Ibérica. Os atentados que promoveram, à bomba ou a tiros, nos últimos dez anos, provocaram marchas de repudio por toda a Espanha. Milhões de cidadãos, inclusive nas principais cidades bascas, saíram às ruas para clamar por paz e protestar contra a ação desesperada e assassina do ETA, que já abateu mais de mil espanhóis.
Por concentrarem significativos investimentos ingleses e também por abrigarem uma classe empresarial empreendedora e profundamente católica (um censo de 1970 apontavam o País Basco e Navarra, em toda a Espanha, como os maiores índices de freqüência às missas: 71,3%), os países bascos não conheceram à época do franquismo uma repressão tão violenta como a que se abateu sobre a Catalunha e Valência. Logo depois a Guerra Civil Espanhola, de 1936-1939, casas bancárias de Bilbao, de Santander e de Biscaia, expandiram-se para o restante da Espanha, enquanto empresas bascas dedicadas ao comercio de azeite passaram quase a monopoliza-lo em todo o país.
Todavia, essa relativa tolerância (exceção feita ao idioma basco, o euskara, perseguido sem descanso pelos nacionalistas espanhóis) para com os antigos anseios autonomistas dos bascos por parte do regime franquista, não fez com que eles desistissem em manter um governo basco no exílio, na vizinha França mais propriamente.
Em 1957, um grupo de estudantes bascos, militantes do PNV (Partido Nacional Vasco), que viajaram para lá, a titulo de estudos, depois de entrevistarem-se com José Maria Leizaola, chefe do governo Euzkadi (Basco) no exílio, com quem se desentenderam, decidiram-se pela opção armada. Ao contrário de Leizaola, que não simpatizava com a linha da ação violenta, os jovens bascos, convertidos ao marxismo, acreditavam que com o apoio do proletariado, da nova geração que formava no estertor do franquismo, e de um clero cada vez mais combativo, era possível retomar as bandeiras do separatismo, dando-lhe uma conotação pró-socialista.
fonte:http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/2004/03/17/001.htm
foto:noticias.sapo.pt
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