04/08/2011

Fertilizante vira droga para jovens na balada

O que está acontecendo com nossa juventude, o que está acontecendo com todos nós? Será falta de amor, de atenção, de disciplina, da nossa ausência no dia a dia de nossos filhos? Quando leio notícias como esta questiono tudo e mesmo assim não consigo respostas conclusivas. Mas pelo menos de uma coisa tenho certeza: ou assumimos nossa responsabilidade ou as drogas continuarão minando nossa juventude.




O fertilizante mefedrona, conhecido como Miau-Miau, pode ser banido do Brasil devido ao seu uso por jovens como droga estimulante em baladas de clubes noturnos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai julgar nesta terça-feira se o considera uma droga ilícita ou se apenas controla sua venda para o uso na agricultura.
A favor da proibição, por considerar que não há controle eficaz nas lojas de implementos agrícolas, o professor de agronomia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), José Augusto dos Santos Neto, afirma que há desvios desses produtos para uso como droga. “As pessoas compram o Miau-Miau nas lojas de fertilizantes de Montes Claros (Norte de Minas) sem receituário e acompanhamento técnico. O Miau-Miau devia ser proibido, porque pode ser substituído por outras substâncias que não fazem mal”, diz.Por não ter sido incluído na lista de substâncias de uso controlado – portaria 344/98 da Anvisa -, o Miau-Miau não pode ser apreendido pela polícia. Por isso, as polícias Federal, Civil, nem a Subsecretaria Antidrogas e a Associação Brasileira Comunitária e de Pais para a Prevenção do Abuso de Drogas (Abraço) têm registros sobre o seu uso dentro de Minas Gerais.O consumo do entorpecente, no entanto, pode ter causado a morte de 37 pessoas no Reino Unido e na Irlanda, segundo as autoridades desses países. Segundo informações do Departamento de Investigações Antidrogas da Polícia Civil de Minas Gerais, a droga pode causar problemas de circulação e até vasculite, uma inflamação autoimune dos vasos sanguíneos.
Na internet
Não é difícil encontrar ofertas em sites que encomendam o produto pela internet. A reportagem do Estado de Minas conseguiu entrar em contato com sites que prometem entregar a droga pelo correio ou serviço de postagem expressa, mediante depósito em conta. Num português claramente escrito por estrangeiros, os vendedores de um dos sites garantem por e-mail a qualidade do produto e a discrição na entrega: “Nossos produtos são puros e têm provado ser 99,87% puro. (sic) Nós fazer sobre os serviços de entrega que são rápidos, discretos e protegidos”.Ainda segundo as informações do e-mail de resposta à encomenda da reportagem, os vendedores pedem de sete a dez dias para entregas de mais de um quilo. Menos do que isso pode ser entregue entre um e três dias. O preço, em euros, é salgado. Por 100 euros, ou R$ 223,30, pode-se comprar 25 gramas de Miau-Miau. Mas os exportadores, que não revelam a fonte de seu produto, aceitam encomendas de até um quilo, que sai por 4.900 euros, ou R$ 10.941,70. A Anvisa informa que 541 substâncias estão dentro da portaria 344/98 e a sua venda fora do controle de autoridades ou quando são ilícitas configura tráfico de drogas. A pena prevista para esse crime é de reclusão de cinco a 15 anos.
Anestésico
Uma das substâncias que a Anvisa considera de uso controlado, mas que ainda é consumida por usuários de drogas é o anestésico Ketamina. Assim como o Miau-Miau, o produto tinha uso agrícola, usado para cirurgias em cães, cavalos e bois. Ela está entre os medicamentos que, segundo rumores da imprensa britânica, poderiam ter formado um coquetel suspeito de ter matado a cantora inglesa Amy Winehouse, no mês passado.De acordo com o toxicologista da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, Carlos Alberto Tagliati, mesmo com a classificação de substância controlada, a Ketamina continua sendo usada por viciados que são seus pacientes. “Eles a chama de Super K ou de vitamina K. É usada para ampliar os sentidos, geralmente misturada a outras drogas. O uso pode matar, pois altera a pressão sanguínea, levando a uma parada respiratória”, afirma.
Memória 
Em junho de 2003, o Estado de Minas publicou uma série sobre drogas high-tech, na qual alertava para a invasão de substâncias “fabricadas” em laboratório que surgiam ou estavam mais em uso na época, em festas e boates. A ketamina, que também era chamada de K, Especial K, Super K, era uma delas e era apontada como uma das preferidas pelos usuários porque provocava efeitos alucinógenos. Na ocasião, a reportagem conseguiu comprar uma receita de um médico veterinário no Centro de Belo Horizonte e, com ela, adquirir o produto numa loja de produtos veterinários na Via Expressa, no Barro Preto. Outros produtos, usados como suplementos alimentares, foram comprados sem receita. A reportagem mostrava também as facilidades de se adquirir sementes de maconha, ecstasy “natural” e cogumelos alucinógenos pela internet ou no círculo de amigos, e, também mostrava a dificuldade da polícia para barrar sua comercialização.




fonte:http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110802075406&assunto=31&onde=Brasil
foto:esksobral.blogspot.com

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