04/08/2011

Atirar a primeira pedra é sempre muito fácil


"A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos" (Barão de Montesquieu)



escrevalolaescreva.blogspot.com

Você já fez isso alguma vez na vida? Infelizmente poucos de nós possam responder negativamente esta perguntar sem mentir. Na juventude, quando somos imaturos e nossa personalidade ainda está em formação e somos influenciados pelas opiniões alheias dos mais próximos e pelos veículos de comunicação que agindo contra a regra da imparcialidade que deveria guiar suas publicações, julgam e condenam, assumindo o lugar da Justiça.
Mas depois de passada a juventude não temos desculpas válidas para atirar pedras em ninguém. Não podemos, sob nenhuma desculpa ou hipótese escolher culpados e inocentes e adotarmos levianamente a postura de juízes e carrascos. Quando isso ocorre cometemos um erro muito grave que trará consequências perenes para nossas "vítimas".


"A maior injustiça é um julgamento precipitado, pois nele o justo paga pelo pecador" (Luan Bellatore)



Um caso que ilustra o que afirmamos acima é o da Escola Base, que aconteceu no Brasil em 1994. Vários órgãos da imprensa publicaram uma série reportagens sobre seis pessoas que estariam envolvidas no abuso sexual de crianças, todas alunas da Escola Base, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo. Os seis acusados eram os donos da escola. A divulgação do caso levou à depredação e saque da escola. Os donos da escola chegaram a ser presos. No entanto, o inquérito policial foi arquivado por falta de provas. Não havia qualquer indício de que a denúncia tivesse fundamento. Sem nenhuma investigação ou prova concreta os envolvidos no caso foram estampados como monstros. A história toda foi noticiada de forma parcial e distorcida, mas muito enfaticamente. O resultado foi o linchamento social dos acusados, depredação de suas moradias e da escola.

Para saber mais sobre o caso:





"Certamente irão me ver quieta muitas vezes, mas jamais diante uma injustiça..." (Aline Drietch)


Dr. Zaffaroni e Dra. Tânia Mota

Algumas pessoas - e a história da humanidade comprova o que afirmo - ganha inimigos ao longo de sua vida pela inveja que provoca pelo seu destaque intelectual e humanístico. Não são pessoas comuns e que fazem a diferença. Pessoas, por exemplo, como Eugenio Raul Zaffaroni (foto acima), ministro da Suprema Corte Argentina e professor titular e diretor do Departamento de Direito Penal e Criminologia da UBA, doutor honoris causa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e vice-presidente da Associação Internacional de Direito Penal.
Suas teorias são amplamente difundidas no Brasil, tendo publicado livros em co-autoria com Pierangeli e com Nilo Batista em português.É considerado uma das maiores autoridades mundiais em Direito Penal na atualidade. Referência obrigatória na América Latina, é um dos responsáveis por fazer uma releitura crítica do Direito Penal.
Tenho a honra de conhecer e ser amiga do Dr. Zaffaroni, e além disso, uma eterna discípula de seus ensinamentos. Por isso, não posso deixar de dizer que sempre estarei ao seu lado e que os seus adversários serão meus adversários e que qualquer tentativa de macular sua trajetória encontrará em mim um grande obstáculo. Minha consciência não permitirá que fique calada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e pelo comentário!