28/12/2009

Ética no cotidiano

Um dia antes do Natal estava fazendo compras no centro da cidade, exatamente no calçadão, que é dividido em duas partes por uma rua estreita com um fluxo grande de carros e pedestres. Um semáforo tenta colocar ordem na movimentação que é intensa diariamente e mais ainda em datas especiais como o final de ano. Pois bem, não importa quando você passe por aí a cena se repete: as pessoas não respeitam de forma alguma o sinal e os motoristas são obrigados a esperar a boa vontade dos pedestres ou então seguir em frente e fazê-los desistir de desrespeitar o sinal vermelho que indica que devem aguarda na calçada. Então, neste dia presenciei a seguinte cena: um casal de idosos insistiu em atravessar a rua mesmo com sinal verde para os motoristas e foram impedidos pelos mesmos que continuaram seu caminho. O casal então começou a xingá-los com todos os palavrões que conheciam. Veja bem: os motoristas foram agredidos verbalmente porque estavam fazendo a coisa certa. Eu fiquei observando a triste cena e muitas outras cenas como esta passaram pela minha cabeça: a mulher que segura no colo o filho de outra mulher para conseguir um lugar na fila preferencial, as pessoas que estão sentadas no ônibus e que viram a cabeça para o outro lado quando percebem que entrou uma gestante, um idoso ou qualquer outra pessoa que precisa mais do que ele do assento e por aí vai, os exemplos são muitos e o espaço pequeno para citar todas.
Assim, fica a reflexão: as leis não bastam, as punições não transformam as pessoas, apenas a educação e a continuidade desta educação no âmbito familiar é que podem garantir uma mudança efetiva na forma do ser humano encarar a vida e principalmente o outro. E uma educação integral, que tenha como principio a formação de um indivíduo pleno, preocupado com a vida em todas as suas manifestações, o que inclui respeito, atitudes éticas, compreensão e compaixão.
Penso que se não for assim vamos continuar presenciando todos os dias cenas de desrespeito, de intolerância que irão culminar na corrupção política, na violência urbana e doméstica, no individualismo levado ao extremo. Tudo o que torna a vida mais sombria e vazia.

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