12/08/2015

Em primeiro turno, Plano Municipal de Educação de SP mantém questão de gênero fora do texto


Foi aprovado em primeiro turno, por 42 votos favoráveis e 2 contrários, o texto substitutivo do Plano Municipal da Educação (PME) de São Paulo ontem (11). Com isso, o projeto segue sem a questão de gênero, que foi retirada do texto original. A votação em segundo turno acontecerá no próximo dia 25.
Desde o início da tarde, centenas de pessoas já estavam em frente à Câmara dos Vereadores, no Centro da capital. Separados por uma grade estavam representantes de movimentos populares, coletivos feministas e LGBTTs vestindo roupas coloridas, e os religiosos, majoritariamente de branco, davam a cor da tarde.
Dentro do plenário da Câmara, 80 pessoas de cada um dos lados recolheram senhas para assistir às falas dos vereadores. Entre gritos de “sou da família, com muito orgulho, com muito amor” e “gênero sim”, os vereadores inflamavam a plateia presente, ou com aplausos efusivos ou com vaias e gritos de “mentiroso”.
Vereadores
Já em plenário, a vereadora Juliana Cardoso (PT) citou a pesquisa "Preconceito no ambiente escolar", realizada pelo Ministério da Educação, em 2009, para explicar a importância do debate de gênero. "Alunos e professores apontam que 38% dos casos de preconceito nas escolas estão ligados ao gênero e 26% à orientação sexual", disse.
O discurso mais exaltado da tarde foi do vereador Adilson Amadeu (PTB). Ele mandou uma pessoa que o questionou durante a sua fala a “calar a boca”. No final, posou para as câmeras erguendo uma camiseta onde se lia “Somos família“
O vereador Ricardo Nunes (PMDB), responsável por retirar a questão de gênero do Plano na discussão dentro da Comissão de Finanças, se mostrou confiante, ainda durante as falas no plenário, de que a questão não voltaria ao projeto. No seu discurso, argumentou que todos os países que haviam colocado a questão do respeito às diferenças de gênero na escola tiveram aumento nos casos de estupro. “Na Suécia aumentou 1900%”, disse sem citar a fonte.
Os religiosos também afirmam que, como a questão foi barrada no Plano Nacional, não poderia estar nos planos municipais e estaduais de Educação. O vereador Toninho Vespoli (Psol) lembrou, porém, que esse fato não impede que estados e municípios debatam o próprio plano. "Quem fala isso está de má fé. Os parâmetros curriculares nacionais coloca essa questão de gênero na transversalidade da educação", encerra.

Reportagem de Bruno Pavan
fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/32655
foto:http://culturapopgls.blogspot.com.br/2012/05/homofobia-tem-cura-educacao-e.html 

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