Heckler&Koch teria enviado sistematicamente armas para estados controlados por cartéis de drogas, agravando a violência no país latino-americano.
Em comunicado enviado à imprensa ontem (08/05), a firma argumentou que foi realizada uma investigação externa por parte da Justiça alemã e que dois funcionários já foram demitidos. Outros cinco trabalhadores envolvidos no caso já haviam saído da companhia.
A polêmica foi divulgada na última quinta-feira (07/05) pelo jornal Süddeutsche Zeitung. De acordo com a publicação, Heckler&Koch exportaram milhares de armas entre 2003 e 2011 com o consentimento das autoridades alemãs a quatro estados do país latino-americano onde a polícia coopera com frequência com cartéis de drogas.
Investigada pela polícia criminal da cidade alemã de Colônia, a empresa deverá responder ante a um juiz por acusações de violação de controle de armas de guerras e de comércio exterior de venda de armas a países em conflito. Se encontrado um culpado, a companhia poderá pagar uma multa de 3 milhões de euros – montante estimado de ganhos com a venda dos fuzis.
O caso foi descoberto pelo ativista alemão Jürgen Grässlin, que recebeu em 2009 uma ligação de um executivo anônimo da Heckler&Koch, relatando o envio de armamentos de modo ilegal. Depois do telefonema, o ativista iniciou uma investigação que durou anos para comprovar a veracidade da denúncia.
“As armas alemãs que chegaram ilegalmente no México estão sendo utilizadas para assassinar civis nesse país. É a empresa mais mortífera da Alemanha”, criticou Grässlin, em entrevista ao jornal Tageszeitung.
Guerrero, um dos estados mexicanos para onde o armamento foi destinado, foi palco de um dos casos de violência que mais chocou a imprensa internacional: o desaparecimento dos 43 jovens da escola de Ayotzinapa, na cidade de Iguala.
Segundo a investigação alemã, pelo menos 1.924 fuzis foram enviados a Guerrero, embora não se saiba se eles foram usados no caso dos estudantes — episódio até hoje mal explicado pelas autoridades mexicanas, coniventes com os cartéis de droga no estado.
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/40352/empresa+de+armamento+alema+e+acusada+de+exportar+fuzis+de+forma+ilegal+ao+mexico.shtml
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