A Rede Síria de Direitos
Humanos denunciou ontem (25/09) que quase 11 mil crianças morreram
nos 30 meses de guerra civil no país árabe, enquanto o número total de vítimas
já supera 101,5 mil, uma estimativa similar à das Nações Unidas (ONU). A
informação foi dada pelo diretor da rede, Fadel Abdul Ghani.
Segundo as informações
documentadas pela rede, do número total de mortos, 88% são civis, 12% crianças
e 11% mulheres. Segundo Ghani, o número de mulheres e menores assassinados
indica que os civis foram alvos de ataques deliberados e sistemáticos.
A Rede Síria de Direitos
Humanos é considerada como uma das fontes mais confiáveis sobre as vítimas do
conflito, já que, em cada caso, a organização possui uma identificação com
data, local e circunstâncias das mortes em questão, além de uma fotografia.
Entre as vítimas, 90%
correspondem às forças governamentais e o restante "a outros grupos
armados", que, de acordo com Ghani, não se refere somente à oposição, mas
aos grupos compostos por combatentes estrangeiros. Há ainda, segundo ele, 9 mil
menores de idade e 6,5 mil mulheres detidos, ao passo que outras 18 mil pessoas
presas estão “completamente” desaparecidas.
Ghani denunciou as
torturas generalizadas contra detidos no contexto do conflito e disse que a
rede "recebe entre quatro e cinco denúncias de pessoas mortas por torturas
a cada dia".
No mesmo evento,
realizado na sede da ONU em Genebra, o vice-presidente da Coalizão Nacional
Síria (CNS), Suhair Atasi, descreveu a situação da população como extremamente
precária, principalmente nas áreas sitiadas pelo Exército, uma estratégia que é
utilizada como forma de "castigo coletivo".
Bloqueio
Nessas zonas,
acrescentou, as forças de Assad bloqueiam o acesso à água e aos alimentos,
enquanto seus habitantes "fogem" para acampamentos de deslocados
internos "que carecem de tudo, de tendas de campanha, de água e
remédios".
Atasi, quem também é
responsável da Unidade de Assistência da CNS, apontou que zonas inteiras da
Síria sofreram "a destruição total de suas infraestruturas" e que,
portanto, as necessidades estão muito acima do que pode fornecer sua entidade.
Por sua parte, Radwan
Ziadeh, o diretor do Centro Sírio de Estudos Políticos e Estratégicos, situado
em Washington, assegurou que "nenhuma investigação contra algum membro das
forças armadas" foi realizada desde o início do conflito.
"Não há nenhum
oficial investigado por ter ordenado ataques contra civis, o que demonstra que
a investigação dos crimes contra a humanidade perpetrados está além da
capacidade das cortes nacionais", concluiu o acadêmico.
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