A OMS (Organização Mundial da Saúde)
anunciou ontem (17/09) que mais de 18 milhões de jovens menores de
idade sofrem maus tratos na Europa, sendo que essa é a causa de morte de cerca
de 852 crianças abaixo dos 15 anos anualmente. Entretanto, os especialistas da
organização afirmam que esses números são apenas a “ponta de um iceberg”.
O novo relatório da OMS sobre a prevenção maus tratos a crianças e adolescentes
revela que cerca de 29,1% das crianças são maltratadas emocionalmente, enquanto
22,9% sofrem agressões físicas. Quanto a abusos sexuais, 13,4% das meninas são
vítimas desse tipo de ação, contra 5,7% de meninos.
“É chegado o momento de reconhecer os maus tratos a menores como um problema de
saúde pública e não apenas de justiça penal ou social”, afirmou a diretora
regional da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab. “O abuso de menores pode ser
prevenido através de um enfoque na saúde pública, uma oportunidade que não
podemos perder. Nos próximos meses, vamos apontar uma série de medidas que os países
podem adotar para resolver essa situação”, acrescentou.
Ainda segundo o relatório, além de ter um
impacto devastador nas vidas de jovens e crianças, os maus tratos infantis
também têm grandes consequências do ponto de vista social e econômico, estimados
em “dezenas de bilhões de euros”.
Também há forte ligação entre distúrbios mentais e abusos, segundo os
especialistas: as agressões podem ser responsáveis por um quarto de casos de
transtornos como depressão, ansiedade, problemas de alimentação e comportamento,
tentativas de suicídio e uso de drogas ilícitas.
O consumo de drogas e álcool em excesso também é um dos fatores que incentivam
a prática de maus tratos a crianças e adolescentes, segundo a OMS. Pais
solteiros com baixa renda e nível educacional que vivem em comunidades
desfavorecidas também são mais suscetíveis a praticar violência doméstica.
A OMS assegurou que a prevenção desses comportamentos agressivos é mais
rentável do que enfrentar suas consequências. Segundo a organização, é
necessário combinar o foco na saúde pública com a implantação de medidas
preventivas, como um programa para as chamadas famílias de alto risco.
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