Comunicado da empresa chinesa afirma que é difícil se livrar de pervertidos e que mulheres precisam ter "amor próprio".
Um comunicado oficial do metrô de Xangai, na China, que relacionou a ocorrência de abusos sexuais com a vestimenta das mulheres, provocou a reação de milhares de internautas e protestos de usuários nas linhas de transporte. "Vestindo-se assim, seria incomum para uma mulher não ser assediada”, afirma o texto, ilustrado com a foto de uma usuária vestindo roupas transparentes (foto acima). “Podem existir pervertidos no metrô e é difícil se livrar deles. Por favor, tenham amor próprio, minhas senhoras", continua o comunicado divulgado no último dia 20.
Diversos internautas criticaram o post por seu caráter discriminatório e sexista. “De acordo com essa lógica, os homens podem assediar mulheres em piscinas?”, questionou uma internauta citada pelo jornal local China Daily.
“Vocês deveriam fornecer segurança adequada aos passageiros do metrô. Não fujam da responsabilidade, e nunca arranjem desculpas para os criminosos!”, expressou outra internauta, segundo o site de notícias e artigos Ministry of Tofu. O post da empresa recebeu mais de sete mil comentários.
Em protesto ao ocorrido, duas ativistas fizeram uma intervenção nas linhas do metrô de Xangai. Vestidas com burcas e sutiãs de ferro para proteger seus seios, elas carregavam cartazes e posavam para fotos, publicadas posteriormente nas redes sociais. “Eu posso ser provocante, mas você não pode me assediar”, dizia uma das placas das ativistas.
Apesar das manifestações contrárias, milhares de chineses parecem concordar com a posição da companhia do metrô de Xangai. Em pesquisa realizada com 44 mil internautas da rede social chinesa Weibo, 68,8% concordam que as mulheres devem se vestir com trajes adequados para sua proteção e que aquelas que se vestem de forma provocativa devem saber das possíveis consequências.
“Eu acho que uma mulher que usa roupa transparente em público está, na verdade, assediando os homens”, comentou um internauta, de acordo com o jornal The Huffington Post. “Se você quer ser respeitado, você deve aprender a respeitar os outros primeiros”, continuava o post.
foto: Sina Weibo
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