12/07/2012

Médicos de Portugal em greve contra austeridade fiscal

Segundo sindicatos, adesão da categoria é histórica e chega a 100% em alguns centros e hospitais.




Centenas de médicos com jalecos brancos protestaram nesta quarta-feira em Lisboa, no primeiro dia de uma greve nacional contra as medidas de austeridade aplicadas pelo governo em troca da ajuda financeira internacional obtida no ano passado.
"Não ao fechamento dos serviços de qualidade", "Acesso para todos e não só para os que podem pagar", indicavam os cartazes dos manifestantes, que se concentraram vestidos de branco diante do Ministério da Saúde, no centro de Lisboa.
Alguns exibiam pequenos laços negros presos à roupa em sinal de luto por um sistema de saúde que consideram ameaçado pelos cortes orçamentários decididos pelo governo e que representam este ano cerca de 800 milhões de euros.
Apoiados pela Ordem dos Médicos, os sindicatos, que convocaram dois dias consecutivos de greve, indicaram uma adesão de mais de 90% no primeiro dia do movimento.
O governo não forneceu informações sobre o número de manifestantes.
Nos hospitais, diversos pacientes se queixavam do atraso e do adiamento de suas consultas.
Segundo cálculos do Ministério da Saúde, caso receba forte adesão, a greve de dois dias pode provocar o adiamento de cerca de 40.000 consultas e de cerca de 4.500 cirurgias.
Atingido pela grave crise econômica, Portugal recebeu em maio de 2011 uma ajuda excepcional de 78 bilhões de euros da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de um programa de reformas que inclui medidas de austeridade sem precedentes.


O governo de Portugal precisa reduzir gastos na saúde como parte dos cortes de orçamento prometidos em troca da ajuda de 78 bilhões de euros fornecida pelos outros países europeus no ano passado. Os sindicatos reclamam que alguns médicos estão trabalhando horas excessivas e protestam contra o crescente uso de companhias privadas pra prover serviços públicos.
O governo também aumentou o preço de alguns serviços. O custo para utilizar salas de emergência aumentou de 9,60 euros para 20 euros. Muitos hospitais reagendaram cirurgias e clínicas adiaram consultas em preparação à greve, que foi anunciada mês passado. Serviços de emergência não foram afetados.

foto:dn.pt

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