22/06/2012

Unasul chega ao Paraguai para apurar impeachment de Lugo


Senado do Paraguai vai julgar nesta sexta-feira (22) futuro do presidente. Paraguai sofre pressão do Congresso após 17 mortes em conflito agrário.





Os chanceleres dos países integrantes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram na noite desta quinta-feira (21) ao Paraguai para defender o processo democrático, no momento em que o presidente Fernando Lugo (foto acima) enfrenta um impeachment sumárioOs ministros viajaram de emergência procedentes do Rio de Janeiro, onde participavam da cúpula do desenvolvimento sustentável Rio+20. Liderados pelo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, o grupo seguiu do aeroporto de Assunção para a residência oficial de Lugo. Lugo é acusado "de mau desempenho de suas funções em razão de ter exercido o cargo de maneira imprópria, negligente e irresponsável, trazendo o caos e a instabilidade política a toda a República".
A origem do pedido de impeachment promovido pela Câmara dos Deputados foi a morte de 11 trabalhadores sem-terra e de 6 policiais em um confronto armado na sexta-feira passada, em Curuguaty, 250 km a nordeste de Assunção, durante a desocupação de uma fazenda.
"O mau desempenho de suas funções aparece em sua atitude de desprezo pelo direito e pelas instituições republicanas, minando os cimentos do Estado Social de Direito proclamado em nossa Carta Magna", afirma a ata de acusação.
Em um processo relámpago, Lugo terá menos de 24 horas para preparar sua defesa, e a destituição poderá ocorrer já na tarde desta sexta, após votação no Senado.
Diante do risco de conflito, os bispos católicos do Paraguai pediram ao presidente Lugo que renuncie ao cargo "pelo bem do país" e evite atos de violência. "Falamos com muita sinceridade e franqueza para pedir que ele renuncie ao cargo e acabe com esta tensão", disse à imprensa o bispo Claudio Giménez, secretário-geral da Conferência Episcopal Paraguaia (CEP), após se encontrar com Lugo, um ex-bispo católico.
Delegação
A delegação da Unasul é integrada por Antonio Patriota e pelos chanceleres Héctor Timerman (Argentina), Luis Almagro (Uruguai), Alfredo Moreno (Chile), Nicolás Maduro (Venezuela), Rafael Roncagliolo (Peru), Ricardo Patiño (Equador) e María Angela Olguín (Colômbia), pela ministra de Desenvolvimento Rural da Bolívia, Nemesia Achacollo, e pelo secretário-geral da Unasul, Ali Rodríguez. A Unasul é um organismo político formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Criado formalmente em 2008, o bloco de países sul-americanos serve como um foro de discussão, e como uma "plataforma" para que essas nações anunciem posições conjuntas sobre temas como a crise global, e tomando, inclusive, providências comuns. 
Em abril, por exemplo, a secretária-geral do bloco, a colombiana María Emma Mejía, entregou ao seu colega das Nações Unidas Ban Ki-moon uma declaração com o apoio unânime da América do Sul às reivindicações argentinas ao Reino Unido pelas Ilhas Malvinas.

Protestos

Os manifestantes pró-governo tomaram o local após a saída de partidários do impeachment do presidente, enquanto as forças policiais assumiam posições estratégicas em torno do Congresso, incluindo atiradores de elite.

"Estamos aqui para protestar contra esse julgamento do nosso presidente, um representante genuíno do povo", gritava Manuel Martinez, um manifestante que se dizia ser um dos coordenadores da manifestação.
foto:veja.abril.com.br

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