A decisão foi feita na última quinta-feira, 15 de setembro, pela Anvisa, que proibiu a venda de mamadeiras fabricadas no Brasil ou importadas com bisfenol. A base da proibição são os estudos recentes que apontam riscos decorrentes da exposição à substância. Atualmente os níveis inferiores de riscos são considerados seguros, mas a Anvisa resolveu prevenir.
“Apesar de não haver resultados conclusivos sobre o risco do bisfenol A, a decisão da Anvisa atende ao princípio da precaução e busca proteger as crianças de até 12 meses”, informou a Anvisa em nota.
Os fabricantes e importadores de mamadeiras terão 90 dias para cumprir a determinação após a publicação da medida no Diário Oficial da União. Essas mamadeiras, fabricadas no prazo de 90 dias, poderão ser comercializadas até 31 de dezembro deste ano.
Segundo a Anvisa, a proibição tem medida semelhante as já adotadas por outros países. O Canadá e em toda a União Europeia a mesma medida foi adotada. O Mercosul deve adotar a mesma medida em breve.
A exposição à substância, de acordo com os especialistas, altera o funcionamento das células e hormônios, podendo provocar deficiências físicas e até mesmo câncer. Estudos em animais apontam o bisfenol A como causador de doenças. “Os efeitos podem ser vistos muitos anos depois ou em outras gerações. Uma criança exposta pode ter infertilidade na vida adulta”, argumentou a médica, acrescentando que não existem estudos em seres humanos.
Elaine Cota recomenda que a população, principalmente as grávidas, evite o uso de embalagens plásticas para guardar bebidas e comidas. “Elas devem procurar não esquentar a comida em embalagens plásticas no micro-ondas”, aconselhou.
Apesar de não existir pesquisas conclusivas sobre os riscos do bisfenol, a Anvisa decidiu proibir o uso em mamadeiras como forma de cautela e proteção aos bebês com até 1 ano de idade, além de seguir medidas adotadas por outros países, como a Europa e o Canadá. A agência reguladora informa que “não há justificativa para adoção de outras restrições de uso para a substância” no momento. No entanto, a Anvisa aponta como substituto do bisfenol o polipropileno, já que a substância está presente no policarbonato. Ambos são tipos de material plástico.
A partir da publicação oficial da medida, os fabricantes terão três meses para retirar as mamadeiras com bisfenol do mercado. As produzidas nesse período deverão ser vendidas até 31 de dezembro de 2011.
Como evitar a exposição ao BPA
- Não esquentar no micro-ondas embalagens de plástico com bebidas ou alimentos, pois o bisfenol é liberado em maior quantidade quando o plástico é aquecido
- Evitar o consumo de alimentos e bebidas enlatadas. A substância é usada como resina para revestimento interno das latas
- Preferir embalagens de vidro, porcelana e aço inoxidável para armazenar alimentos e bebidas- Descartar utensílios plásticos lascados ou arranhados
- Evitar a utilização de embalagens plásticas com os símbolos de reciclagem 3 (V) e 7 (PC) porque podem ter bisfenol A na composição.
Reportagem de Carolina Pimentel
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