18/09/2011

Brasil aprova uso de feijão transgênico


O cultivo do feijão brasileiro contará com uma boa pitada da ciência. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou na última quinta-feira (15) o primeiro produto geneticamente modificado totalmente desenvolvido por instituições públicas nacionais: o feijão transgênico. Foram 15 votos a favor, duas abstenções e cinco pedidos de diligência (necessidade de complementação de informações).

O produto foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), durante dez anos de pesquisas. O feijão transgênico é resistente ao vírus do mosaico dourado, que pode provocar a perda de toda a produção do feijão e está presente em todas as regiões produtoras. A previsão é de que as sementes cheguem ao mercado daqui a dois ou três anos.
"São vários os impactos: científicos, ambientais, econômicos e para a saúde do trabalhador", comemora Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
O cultivo de alimentos transgênicos, no entanto, está longe de ser uma unanimidade. A assessora jurídica da ONG Terra de Direitos, Ana Carolina Brolo de Almeida, criticou duramente a aprovação do feijão geneticamente modificado:
"Diante da flagrante ofensa à legislação e ao estado democrático de direito, das ameaças aos produtores e agricultores, da falta de compravação da segurança do consumo humano, não vemos outra saída que não tomar medidas judicias cabíveis. Já conseguimos anular, em julho, a permissão dada ao milho transgênico. Entre os motivos foi a falta de testes em todos os biomas, e a CTNBio insiste em desrespeitar isso".


Saiba mais sobre alimentos transgênicos:


Os alimentos transgênicos são aqueles cujas sementes foram alteradas com o DNA (material genético localizado no interior das células) de outro ser vivo (como uma bactéria ou fungo) para funcionarem como inseticidas naturais ou resistirem a um determinado tipo de herbicida. Surgiram no início dos anos 80, quando cientistas conseguiram transferir genes específicos de um ser vivo para outro.
A comercialização de transgênicos ainda é polêmica. Empresas, produtores e cientistas que defendem a nova tecnologia dizem que ela vai aumentar a produtividade e baratear o preço do produto, além de permitir a redução dos agrotóxicos utilizados. Os que a atacam, como os ambientalistas e outra parcela de pesquisadores afirmam que o produto é perigoso: ainda não se conhece nem os seus efeitos sobre a saúde humana nem o impacto que pode causar ao meio ambiente.
Apesar de proibida a produção destes alimentos no Brasil, nada garante que o consumidor já não esteja comendo produtos transgênicos sem saber. Eles podem estar chegando a partir da importação de alimentos e matérias-primas de países como a Argentina e os Estados Unidos, que já cultivam e comercializam os transgênicos há alguns anos.



fonte:http://www.consumidorbrasil.com.br/consumidorbrasil/textos/cidadao/alimentostrans.htm
foto:culinaria.terra.com.br

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