O relatório "Sacrificando Direitos em Nome do Progresso" da Anistia Internacional, mapeia a situação dos índios em 12 países.
A organização não governamental Anistia Internacional divulgou ontem relatório informando que o crescimento econômico tem gerado ameaças de violação dos direitos dos povos indígenas do Brasil.
"O crescimento rápido do Brasil, a expansão do agronegócio e a construção de grandes obras, como a barragem de Belo Monte, aumentam o risco para os indígenas", disse o responsável pela pesquisa no País, Patrick Wilcken.
O relatório, intitulado Sacrificando Direitos em Nome do Progresso, mapeia a situação dos índios em 12 países das Américas. Os problemas relativos aos povos indígenas, segundo o relatório, são parecidos entre si. A maior parte das questões envolve a expansão econômica e a manutenção das populações indígenas em seu território.
Segundo Wilcken, há uma série de efeitos provocados pelo crescimento. "A ameaça não vem só do projeto em si, mas dos efeitos colaterais. Muitas pessoas migram para a região e aumentam as invasões a territórios indígenas por madeireiros e garimpeiros", disse.
O relatório diz ainda que os "povos indígenas que lutam pelo direito constitucional às terras tradicionais continuam a sofrer discriminação, ameaças e violência". Segundo o documento, "a situação é particularmente grave no Mato Grosso do Sul, onde comunidades Guarani-Kaiowá enfrentam perseguição constante de capangas contratados por fazendeiros locais".
O pesquisador, no entanto, reconhece que as condições de vida dos indígenas melhoraram a partir dos direitos adquiridos na Constituição de 1988.
"A Funai (Fundação Nacional do Índio) não tem recursos suficientes", disse Wilcken. Em resposta, a Fundação nega que o atendimento seja "precário". Informou que seu quadro de servidores foi ampliado para 3 mil e que o orçamento de 2010, de R$ 423 milhões, foi o maior de sua história. A Anistia critica a "consulta ineficaz", por parte do governo brasileiro, das populações que serão deslocadas para a construção da Usina de Belo Monte, no Pará.
Leia o relatório:
fonte:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1022409
foto:dicasgratisbrasil.com
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