01/07/2011

Um índio foi morto a cada seis dias no Brasil em 2010, diz estudo

A violência que teve início com a chegada dos portugueses prossegue até os dias de hoje, em pleno século XXI. Até quando assistiremos inertes estas ações e omissões?




Relatório do Conselho Indigenista Missionário aponta que 60 índios foram assassinados. Número é o mesmo de 2009 e 2010
Relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, lançado na tarde desta quinta-feira (30) aponta que 60 índios foram assassinados no Brasil durante o ano passado e outros 152 foram ameaçados de morte. O número de assassinatos de indígenas é o mesmo dos anos de 2009 e 2008. Pelos dados do relatório, em média, um índio é executado no Brasil a cada seis dias. Mato Grosso do Sul foi o Estado com o maior número de homicídios. Foram 34 casos registrados - equivalente a 56% do total.
Os dados do Cimi revelam também que 92 crianças indígenas morreram na hora do parto ou com menos de um ano de vida. O número representa um aumento de 513% no número de casos em relação a 2009, quando 15 crianças morreram por falta de cuidados de saúde. A situação mais crítica registrada no ano passado foi do povo Xavante de Mato Grosso. De 100 crianças nascidas, 60 morreram com menos de um ano de idade vítimas de desnutrição, doenças respiratórias e doenças infecciosas.
O relatório
O relatório ?Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil ?2010? afirma também que no ano passado houve 33 casos de invasões de terras indígenas e exploração ilegal de recursos naturais dentro das reservas. ?Tudo continua igual. Algumas ocorrências aumentam, outras diminuem ou permanecem iguais, mas o cenário é o mesmo e os fatores de violência se mantém, reproduzindo os mesmos problemas?, afirma a antropóloga Lúcia Helena Rangel, coordenadora da pesquisa.
O Conselho Indigenista Missionário afirma também que pelo menos 42 mil índios no Brasil sofrem com a falta de assistência à saúde. Em 2009, o Cimi estimava em 25 mil o número de indígenas sem assistência. O Conselho Indigenista afirma que, por exemplo, a comunidade Suruí, no Pará, está sem assistência médica há cinco anos e que, no Maranhão, crianças da tribo Awa-Guajá, na terra indígena Caru, sofrem com surtos de diarréia.


Reportagem de Wilson Lima para IG Maranhão
http://www.tosabendo.com/conteudo/noticia-ver.asp?id=94734
foto:blog.elianepotiguara.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e pelo comentário!