Nem sempre é possível vencer as forças da natureza. E quando isto acontece o melhor a fazer é nos sujeitarmos aos limites impostos por ela. Como no caso das consequências da erupção do vulcão chileno Puyehue. Por causa das nuvens de cinzas alguns vôos na América Latina estão sendo cancelados. Assim como nós que fomos impedidos de viajar e tivemos que reprogramar compromissos, muitos também estão passando pela mesma situação.É preciso ter paciência e não descontarmos naqueles que não podem ser culpados pela situação. Na verdade, ninguém pode, trata-se de uma questão de segurança e esta deve estar sempre em primeiro lugar.
A notícia de hoje, 10 de junho é esta:
As nuvens de cinza decorrentes do vulcão chileno Puyehue (foto acima), que entrou em atividade no último sábado, atinge cerca de 70% do Estado do Rio Grande do Sul - incluindo a capital Porto Alegre. Mantidas as atuais condições metereológicas, a nuvem pode ingressar no Estado de Santa Catarina, segundo informações do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, da Força Aérea Brasileira (FAB). A partir da previsão para a madrugada de hoje serão coordenados desvios de rotas para que as aeronaves não atravessem ou ingressem na camada de nuvens, que estaria até cerca de 7 mil metros de altitude", informou a FAB, em nota. Em virtude dos prognósticos que apontam para o avanço das cinzas do vulcão sobre o espaço aéreo brasileiro, diversas companhias aéreas estão cancelando voos com partida ou destino aos aeroportos do sul do país. Conforme boletim da Infraero, até às 8 horas desta sexta-feira, no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre , 20 dos 21 voos programados para hoje haviam sido suspensos. O índice de cancelamentos também é alto no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, onde já chega a 89%; no Aeroporto Internacional Cataratas, em Foz do Iguaçu (50%); no Aeroporto Internacional de Florianópolis (44%) e no Aeroporto Governador José Richa, em Londrina (40%). Todas as partidas programadas para hoje foram adiadas no Aeroporto de Joinville e no Aeroporto Internacional de Navegantes.Por enquanto, a decisão de cancelar os voos tem partido das companhias aéreas, já que nenhum aeroporto brasileiro foi oficialmente fechado.
Aéreas
A Gol, por exemplo, decidiu nesta madrugada cancelar um voo de Joinville a São Paulo (Congonhas) com partida programada para as 8h16 de hoje.Já a Webjet, que adiou ontem sete voos que tinham como destino o Salgado Filho, em Porto Alegre , ou o Aeroporto Internacional Cataratas, em Foz do Iguaçu, suspendeu hoje mais cinco partidas para estes trechos.Na noite de ontem, a TAM optou por cancelar todas as partidas com destino a Porto Alegre até as 10 horas de hoje.(http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2011/06/10/nuvem-de-cinzas-do-vulcao-pode-chegar-a-santa-catarina-alerta-fab.jhtm)
Vulcão Cotopaxi |
Todos são monitorados pelo Instituto de Geofísica, em Quito, onde chegam dados de cem estações: é a maior rede de observação da América do Sul. Satélites, GPS e sismógrafos captam qualquer sinal de alerta.
Um país sob constante ameaça – de cada três habitantes do Equador, um é vizinho de vulcões. São 64 vulcões espalhados por um território 30 vezes menor que o do Brasil. "Está acontecendo alguma coisa no Tungurahua. Esta linha mostra que houve uma mudança no fluxo interno de lava”, diz um engenheiro. A agulha de outro vulcão, o Antisana, não para.
A atividade se concentra ao longo de uma estrada que tem o apelido de “Avenida dos Vulcões”. São 400 quilômetros. A estrada corta a região central do Equador, onde a Cordilheira dos Andes se divide em duas. Lá estão 8 dos 11 vulcões ativos do país.
Ao longo da Avenida dos Vulcões, entre as nuvens, avista-se o Illinizas, um vulcão adormecido. Logo em seguida, surge um cone perfeito: é o Cotopaxi. Ele costuma entrar em erupção a cada cem anos, e a última vez que isso aconteceu foi em 1877. Ou seja, já passou da hora de uma nova erupção. Mesmo sem expelir lava, o Cotopaxi provoca muita destruição.
Medo
Uma senhora que vive no local tem medo de o Cotopaxi explodir e matar todos os seus filhos. Mas o vulcão que mais preocupa os equatorianos é o Tungurahua, palavra indígena que quer dizer "montanha de fogo". Ele acordou de madrugada, em outubro de 1999. Cuspiu muita lava e rochas incandescentes. Desde então, o Tungurahua está nervoso. Entre 2000 e 2010, não houve um só ano em que o vulcão não tenha lançado lavas ou cinzas sobre a região.
Por isso, o vulcão ganhou um observatório especial. O pesquisador Andres Gorki não tira os olhos do Tungurahua. Esta semana, foram registrados mais de 50 tremores de terra e até uma explosão. “Agora, a situação parece ter se acalmado um pouco”, conta Gorki. Mesmo assim, escalar o vulcão está proibido por questão de segurança.
O movimento das placas terrestres é o que ativa os vulcões. A energia acumulada nas profundezas procura uma saída e explode no alto das crateras em forma de vapor, gases, lava e fragmentos de rocha. Trata-se de um espetáculo belo e assustador.
Destruição
Na última erupção do Tungurahua, em 2006, mais de 60 milhões de toneladas de rochas vulcânicas desceram do topo e foram destruindo tudo que havia pela frente, inclusive um povoado, onde havia casas, comércio e até uma praça de touros. Tudo foi soterrado, mas ninguém morreu.
Um funcionário da Defesa Civil conta que os moradores escaparam a tempo porque aprenderam a ouvir o vulcão. Uma casa foi a única coisa que sobrou do vilarejo de 400 habitantes. Os proprietários consideram o vulcão um amigo, porque atrai turistas e deixa o solo fértil para o cultivo de tomates, batatas e feijão.
Fotos foram feitas esta semana com uma câmera especial, que revela a temperatura do vulcão. A cratera do Tungurahua está a 300ºC, mas em 2006, ela atingiu 1000ºC. A erupção foi tão violenta que pôde ser vista do espaço.
A cidade de Baños, a oeste do Tungurahua, ficou vazia. Moradores tiveram de sair de casa. “Não aconteceu nada grave, por causa da Virgem da Água Santa”, lembra uma senhora de 80 anos.
A população acredita que a Virgem tem um manto que protege a cidade. Por isso, a igreja está sempre lotada, mas, apesar da fé, ninguém se arrisca. No caso de uma erupção, todos sabem o que fazer, explica o vendedor de doces.
É só seguir a rota de fuga e ficar num abrigo ate o vulcão se acalmar. "Todos sabem para onde ir quando começa uma explosão. Você mora num lugar à beira do perigo", diz o turista brasileiro Valdo Felinto.
Turismo
Todos os anos, cerca de 150 mil turistas visitam Baños. Eles vêm à procura das águas termais que descem das encostas do Tungurahua. Uma vendedora adora quando o vulcão entra em erupção. “Ele traz mais turistas e aumenta as nossas vendas”, conta.
Mas, para o Brasil, uma grande erupção do Tungurahua traria muitos prejuízos. Os ventos poderiam carregar cinzas até a Amazônia, que está bem perto, e paralisar nosso tráfego aéreo. É possível ver exatamente o que danifica a turbina dos aviões: a cinza vulcânica. O que acontece quando isso entra nas turbinas?
O pesquisador Gorki explica que a cinza vulcânica contém um elemento químico chamado silício. Quando entra na turbina de avião, esquenta muito e vira uma espécie de vidro que trava o motor. O chefe de sismologia do Instituto de Geofísica de Quito, Mario Ruiz, reforça o alerta: não é só o Tungurahua.
Qualquer vulcão ativo dos Andes pode produzir cinzas muito perigosas e deixar toda a América do Sul no chão.(http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/04/estrada-percorre-regiao-com-8-vulcoes-ativos-no-equador.html)
foto: blog.arteviagens.com.br
Entenda como as cinzas podem ser uma ameaça
O que é a cinza vulcânica?
As colunas de poeira cuspidas pelos vulcões habitualmente contêm minúsculas partículas de vidro, rocha pulverizada e silicatos. O resultado é uma nuvem de material potencialmente letal, como uma lixa.
Qual é o risco à aviação?
O efeito abrasivo da cinza pode arranhar superfícies aerodinâmicas letais e paralisar o motor da aeronave. Sistemas eletrônicos e de navegação também podem ser prejudicados. Há risco também para os tubos de pitot, sensores de velocidade cujo funcionamento sob gelo ou outros detritos passou a despertar suspeitas depois do acidente com um jato da Air France na rota Rio-Paris, em 2009.
A cinza vulcânica também pode deixar o parabrisas da cabine opaco, dificultando a visão, além de gerar nuvens de ácidos sulfúrico e hidroclorídrico.
O que acontece dentro da turbina?
As incríveis velocidades e temperaturas dentro de uma turbina moderna geram um problema quando o espaço é invadido por poeira vulcânica. "Os fragmentos de cinza vulcânica têm poucos milímetros de largura, são muito duros e muito afiados. Eles podem entrar no motor e em outras partes do avião e desgastar tudo aquilo com que entrarem em contato", disse Jacques Renvier, diretor técnico da fábrica francesa de motores aéreos Snecma.
Primeiro, a cinza abrasiva pode danificar os compressores que "apertam" o ar, preparando-o para a combustão. Isso já os torna menos estáveis do ponto de vista aerodinâmico. A partir daí, o ar pressurizado é empurrado para a câmara de combustão, que em altitude de cruzeiro fica a uma temperatura de 1,2 graus celsius a 2,4 mil graus celsius sob tais condições, os fragmentos se derretem, e esta rocha líquida escorre para as partes mais frias e se solidifica como vidro resfriado.
Bocais projetados para jogarem ar nas turbinas, o que aciona as partes móveis do motor, começam a engrossar por causa da lava. Com isso, a ventilação fica bloqueada, e o bocal se superaquece. Finalmente, os pedaços de lava vedam o escape do ar, podendo fazer com que o motor pare de funcionar e cuspa fogo pela traseira. "Você basicamente sufoca o motor", diz Renvier.
Por que os aviões não podem simplesmente evitar a nuvem de cinzas?
A cinza vulcânica é invisível para os radares dos aviões, e nem sempre é imediatamente notada pelos pilotos, diz Paul Hayes, diretor de segurança aérea da consultoria britânica de aviação Ascend. "O primeiro alerta é um odor sulfúrico e talvez algum fogo de são Elmo (brilho causado por um tipo de descarga elétrica)."
Já houve acidentes desse tipo?
Dezenas de pequenos casos já foram relatados, mas ao que se saiba nunca um avião caiu por causa das cinzas vulcânicas. Mas houve pelo menos dois salvamentos miraculosos. Em 24 de junho de 1982, o piloto de um jumbo da British Airways na rota Kuala Lumpur-Perth calmamente avisou os 247 passageiros, a mais de 10 mil m de altura, que todos os quatro motores haviam parado de funcionar.
Num incidente que entrou para a história da aviação, o capitão Eric Moody conseguiu fazer o avião planar numa descida de mais de 6 mil m, e a pouco mais de 4 mil m conseguiu reativar os motores, um após outro, segundo a Fundação da Segurança de Voo (aviation-safety.net). Posteriormente, descobriu-se que a combinação da falha das turbinas, do estranho brilho visto em torno do avião e da irritante fumaça sentida dentro da cabina havia ocorrido porque o avião atravessara uma nuvem de cinza resultante da erupção do vulcão Galunggung.
O avião conseguiu pousar com três motores, mas o incidente levou a novos procedimentos aéreos e a exercícios internacionais. Em 15 de dezembro de 1989, todos os quatro motores de um jumbo da KLM procedente de Amsterdã pararam por causa da ação de cinzas vulcânicas durante os preparativos para o pouso em Anchorage, no Alasca. Novamente, o piloto conseguiu reativar as turbinas, e o avião pousou com segurança, mas fortemente danificado. A Fundação da Segurança Aérea diz que os tripulantes não haviam recebido informações adequadas.
Como os controladores de voo agem nesses casos?
Em parte por causa dos incidentes da década de 1980, a Organização Internacional da Aviação Civil, ligada à ONU, mantém detalhados planos de contingência, que foram ativados na quinta-feira. Mas a Grã-Bretanha diz que a escala da reação foi algo inédito. Dentro de seis semanas, as autoridades europeias realizariam o primeiro de dois testes em 2010 sobre como o setor aéreo deveria reagir a erupções vulcânicas.(http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4390141-EI8142,00-Entenda+como+as+cinzas+do+vulcao+podem+prejudicar+avioes.html)
foto:observateologia.blogspot.com
Buscando seus direitos
Leia algumas medidas da Resolução de junho de 2010 da ANAC sobre direitos dos passageiros:
Atraso:
- reacomodação – não é mais preciso completar 4h de atraso para solicitar acomodação.
- reembolso – pode ser solicitado após 4h de atraso. Se o passageiro desistir da viagem deverá receber integralmente o valor pago.
Cancelamento:
- reacomodação – providenciar imediatamente a reacomodação no próximo vôo de qualquer companhia.
- reembolso – se o passageiro desistir da viagem deverá receber integralmente o valor pago.
Preterição (overbooking):
- reacomodação – providenciar imediatamente a reacomodação no próximo vôo de qualquer companhia.
- reembolso – se o passageiro desistir da viagem deverá receber integralmente o valor pago.
Assistência Material:
- após 1h – facilidade de comunicação (disponbilizarm telefone, Internet)
- após 2h – alimentação adequada
- após 4h – acomodação em local adequado e, quando necessários, serviço de hospedagem.
Reacomodação em vôo de outras companhias:
Não depende mais de acordo entre as companhias.
Informações ao passageiro:
- as companhias estão obrigada a oferecer pleno acesso a informação – inclusive por escrito – sobre o atraso,
o motivo e a previsão de partida.
Veja aqui um comparativo de como era antes e como ficou.
(http://www.melhoresdestinos.com.br/resolucao-anac-amplia-direitos-passageiro.html)
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